Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Porto d'outrus tempus: o Palácio dos Figueiroas

Faz parte do Porto desaparecido. Já foi conhecido por Quinta de S. Ovídio, Quinta dos Pamplona e por Palácio dos Figueiroas. Conheça a sua história.

A abertura da rua de Álvares Cabral, ligando o então Campo da Regeneração à rua de Cedofeita, ficou concluída em 1898. No entanto, esta rua assim como o local onde ela foi rasgada tem uma história que merece ser conhecida. Em 1837, o então presidente da câmara Luciano Simões de Carvalho mostra o interesse e o empenho da câmara na abertura de arruamentos que ligassem o então Jardim de S. Ovídio (Praça da República) à já citada rua de Cedofeita. Estas necessidades eram motivadas pelo facto do Porto se ter tornado uma cidade em constante crescimento, motivado por uma dinâmica económica invejável, obrigando os poderes públicos a encetar os processos que conduziam à modernização e remodelação urbanística.
Palácio dos Figueiroas
Em 1881, o então governador do Porto, José Augusto C. Barros, voltou a manifestar interesse na abertura da rua, mas teriam ainda de se passar dezassete anos para que tal acontecesse.
Se analisarmos o mapa do Porto referente ao ano de 1865 (mapa de Perry Vidal), vemos que próximo da Praça da República existia uma quinta chamada da Boavista que ocupava um vasto terreno que ia desde a já citada praça até Cedofeita, tendo a rua da Boavista a limitá-la a norte. A quinta da Boavista pertencia ao desembargador do reino João Carneiro de Moraes. Em 1726, a quinta seria vendida a João de Figueiroa – é este funcionário do reino que dá o nome à Travessa da Figueiroa que deveria ser, como é óbvio, “do Figueiroa” –. Este mandou construir uma casa apalaçada com uns magníficos jardins. A casa estava voltada para a praça da República e era considerada uma quinta de rendimento e recreio, com uma área de 6 hectares. 
Praça da República
Por morte de Manuel Figueiroa, a quinta passou para a posse de um familiar seu, Manuel Pamplona – a quinta a partir desta altura passou a chamar-se Quinta dos Pamplonas – que era o 12º Barão de Beire. Posteriormente, uma das suas filhas casou com o 4º Conde de Resende que viria a ser sogro do romancista Eça de Queiroz que nesta quinta viria a casar com Emília de Resende! Será curioso referir que a água que abastecia a quinta vinha de uma mina situada para os lados de Costa Cabral, seguindo a água por S. Brás e Campo de S. Ovídio, entrando depois na quinta.  
Palácio dos Figueiroas
Em 1892, os Condes de Resende iniciaram o processo que viria a culminar na alienação da quinta, vendida em 144 lotes, o que favoreceu os interesses fundiários orientados para uma clientela rica que podia pagar o alto preço pedido pelos respectivos lotes (entre 750.000 reis e 1.250.000), oferecendo os Condes de Resende à Câmara um arruamento que rasgava a quinta de nascente a poente. Como já viram, estamos a falar da rua de Álvares Cabral. Este processo originou uma rua aristocrática com belíssimas moradias, muito ao gosto das classes abastadas da época.  
Rua Álvares Cabral
Hoje, apesar dos inúmeros desmandos arquitectónicos, a rua ainda mantém um ar elegante, o que a torna única no contexto da zona.
A artéria inicialmente chamava-se rua dos Pamplonas, mas depois a Câmara quis imortalizar o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral. Este inicialmente chamava-se Pedro Álvares de Gouveia e só depois trocou o último nome por Cabral. O navegador nasceu em Belmonte em 1467 e morreu em Santarém em 1520. [daqui]

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