Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Campanha Autárquica - E o Porto aqui tão longe..



Ontem preparei-me para ver e ouvir o debate, na RTP 1, entre os candidatos à C.M.Porto. O grande debate sobre o Porto, conforme foi previamente anunciado...

No fim, posso dizê-lo, a "montanha pariu um rato".
O nível dos candidatos era já conhecido: o do bloco, engraçado, mas tendo atrás de si uma opção política muito estalinista; o comunista, alicerçado na famosa cassete e tentanto esconder que foi através do seu voto que a coligação que apoia o Rio se aguentou estes últimos quatro anos. Assis, tentou demonstrar muito e acabou por se tornar fastidioso, não tendo conseguido passar uma mensagem muito boa. O parvalhão da boavista, risinho idiota e petulante, a querer fazer-se de anjinho, de salvador da pátria e de homem muito honesto, só falava dos processos que levantou por eventuais irregularidades deste e daquele... Engasgou-se claro, quando caiu na mesa o nome do Paulo Morais.
Do debate propriamente dito, enfim, "deu" Paulo Morais, urbanismo, ou, atrevo-me a dizer bairros sociais...
Só deu mesmo bairros sociais e nada mais. Mas eu que nem vivo em bairros sociais, como a maioria das 300 mil almas que permanecem na Cidade fiquei esclarecido? Não! Nada!
Temos tantos problemas nesta Cidade:
- trânsito caótico que implica engarrafamentos descomunais e intermináveis horas perdidas;
- transportes públicos pouco eficazes (devido aos congestionamentos referidos atrás);
- os arrumadores (que o Rio disse que iria irradicar) a perseguirem-me para me indicarem o óbvio;
- desemprego galopante;
- mau funcionamento dos vários serviços municipalizados;
- envelhecimento da população, que continua entregue a si própria, não se vendo serem criadas com condições financeiras dignas alternativas ao seu apoio;
- a partir das 19 horas, o centro da cidade transforma-se num local de fantasmas e escuridão, onde vagueia a droga e o roubo, onde falecem edifícios outrora dignos;
- temos o metro, mas não temos uma estação de caminhos de ferro à medida de uma cidade europeia; não temos igualmente um entreposto digno para as várias agências de camionagem que nos visitam;
- vejo uma cidade sem infraestruturas modernas nem tão pouco condições de urbanidade: jardins, fontes, árvores, apoios higiénicos (wc's), telefones ou mesmo áreas de internet; vejo uma Praça D. João I completamente triste, como triste é o largo em frente à antiga Cadeia da Relação; vejo o que pretendem fazer com a outrora bela sala de visitas (Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados)...
- sinto o atrofiamento económico da Cidade e da sua região; lembro-me dos outrora Homens Bons do Porto, das conquistas do País que bebia no Porto e na sua alma progressista e inovadora a força para o seu engrandecimento;
- vejo uma cultura cada vez mais pobre, menos espectáculos, menor qualidade e locais de sabedoria (bibliotecas, ludotecas, etc) inexistentes;
Em que ficamos? Nenhum destes assuntos foi tocado. Nada do que é verdadeiramente importante foi sequer aflorado. Que fraca gente esta! Que saudades dos verdadeiros Homens do Porto! Homens de Honra e de Palavra. Homens de Acção e Inovação!
Mas eu sei, nós sabemos que eles existem. Mas sabemos também que no actual estado "cultural" da Cidade, na lavagem ao cérebro constantemente evangelizada, eles não surgirão e não terão a capacidade para mudar. É preciso que o povo do Porto, que está já cheio destes actuais palhaços, só não sabe como deles se libertar, consiga quebrar as correntes e afastar as peneiras que os cegam de tais facínoras. Aí outro Porto sobreviverá e do Porto voltarão a partir as caravelas para novos mundos conquistar. Eu (ainda) tenho fé!
Para começar: para Rio, o Douro basta; corram com o rio, o da boavista!

0 comentários: