«É absolutamente lamentável a resposta do Benfica à notícia de ontem da Lusa, que inclusivamente tem um suporte vídeo a comprová-la, sobre incidentes no túnel da Luz após o Benfica-FC Porto da época passada.
Há, de facto, uma agressão e, muito pior do que isso, é que ela é verdadeiramente preparada por dois funcionários que têm o cuidado de antes desviarem a câmara de filmar para a parede de modo a não poder filmar a cena. E a agressão é consumada exactamente nesse lugar e conhece-se porque é captada por outra câmara de que, pelos vistos por "incompetência", aqueles funcionários se esqueceram.
Ora o comunicado em que o Benfica responde é uma diatribe contra um jornalista de grande craveira - e posso atestá-lo na primeira pessoa porque trabalhou muitos anos comigo, no "Público" - e que é, exactamente por ser um homem íntegro e um jornalista preparado e experiente, o editor de desporto da Lusa. Como já o foi do JN e do Púbico. Fossem todos os jornalistas como é o Francisco J. Marques e o país e o jornalismo estavam bem melhores, disso não tenho eu dúvida.
E isto não é corporativismo, nem amiguismo. É apenas justiça.
Responder aos factos atacando torpemente o mensageiro é algo que só faz quem sabe que não tem razão porque não tem argumentos. Em vez de apresentar uma razão para os lamentáveis comportamentos dos seus funcionários, o Benfica limita-se a atacar o jornalista que competentemente fez a notícia. Em vez de anunciar um processo disciplinar aos seus funcionários, vai fazer queixa do jornalista. É por tudo isto que fiquei sem dúvidas sobre o que estava por detrás.
E mais ainda: que o clube anuncie uma queixa à ERC, vá que não vá, sempre é uma entidade que tem autoridade directa sobre as empresas de comunicação; mas que anuncie também uma queixa ao ministro Jorge Lacão, sob o argumento de que é ele tutela a Lusa, é algo que foge à minha compreensão, até porque o ministro deve ter bem mais em que pensar e ainda não tutela a direcção de Informação. E tudo isto - a cena relatada pelas imagens e o comunicado - é algo que mostra como o discurso moralista que tem sido adoptado no clube é, no mínimo, hipócrita. E mais ainda, permite que se tenha os piores pensamentos - porque degradantes - sobre o que se passou no mesmo túnel já esta época.»
Manuel Queiroz, em 24/01/2010, via 'De Trivela'
2 comentários:
Ainda bem que aprecia jornalistas facciosos. O filho também é assim. Confundem "desportistas com portistas". Mandam às malvas o seu código deontológico em nome da paixão, eu diria, do fanatismo clubístico.
Gosto muito de os ver nas marisqueiras de Matosinhos, acompanhados pelo sensual Manuel Serrão. Será que é este que lhe escreve os textos?! Junta-se o Sousa Tavares e o Tavares Teles (o tal que foi apanhado numa escuta a receber ordens do "Sr. Presidente") e temos o trio perfeito...
Olhe Dylan, prefiro milhares de vezes a deontologia desses Homens que fala, àqueles que na calada dos gabinetes cozinham a estratégia contra o Porto (Cidade e Clube). Estes, pelo menos, falam a minha língua, defendem os mesmos valores que eu defendo (o ST nem tanto, no que à regionalização diz respeito), sabem que a podridão e a corrupção que nos afunda e arrasta para o lodo se chama centralismo-benfiquismo-racismo.
Quanto ao Sr. Presidente, eu morreria pelos seus ideais. Eu sou um legítimo Portucalense e não vergo a cerviz a interesses do eixo lisboa-cascais, que nos roubam e humilham como Nação.
Muito mais haveria para dizer, mas se passar os olhos pelos posts deste blogue conseguirá entender...
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