Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

O Chico do Palácio e as eleições

Luna Park no Palácio de Cristal? Excelente, Menezes! (1). Não posso estar mais de acordo. Uma metrópole como o Porto tem de oferecer a habitantes e visitantes, durante todo o santo ano (e não apenas nos santos populares), pistas de carrinhos de choque, pavilhões de farturas, carrosséis e, por que não?, uma montanha russa. As magníficas recordações que guardo de quanto me diverti na Avenida das Tílias e arredores, no tempo do Chico do Palácio e do leão Sofala, imunizaram-me à argumentação dos que preconizam a musealização dos jardins do Palácio.

Escadas e tapetes rolantes a facilitarem as ligações pedonais entre a Ribeira e a Baixa? Excelente, Moreira! Só posso aplaudir. Numa cidade como a nossa, que nasceu no morro da Pena Ventosa e cresceu espraiando-se até ao rio e o mar, é preciso aproveitar a tecnologia para vencer os desníveis. Foi o grave acidente no primitivo funicular de Guindais que impediu a concretização, em finais do século XIX, de um programa de construção de elevadores, em zonas íngremes, como D. Pedro V.

Cobrir os bairros sociais com painéis solares para poupar energia e dinheiro? Excelente, Pizarro! Não posso deixar de subscrever esta sugestão. Com um pequeno investimento de 25 milhões de euros (tanto quanto custou o João Moutinho ao Mónaco), consegue-se um três em um: ganha-se sustentabilidade, protege-se o ambiente e os moradores dos bairros poupam 30% na conta da eletricidade.

Elétrico em Cedofeita e arrendamento social para povoar a cidade devoluta? Excelente, Pedro Carvalho! 
Prioridade para as vítimas de violência doméstica no alojamento em habitações municipais? Excelente, Soeiro! 
Criar uma rede de berçários como medida de apoio à natalidade? Excelente, Nuno!

Do Luna Park à rede de berçários há uma mão-cheia de excelentes ideias que têm sido arejadas na campanha eleitoral do Porto pelos três candidatos a presidentes e os três a vereadores - um naipe de qualidade nunca vista em anteriores autárquicas e que só honra a cidade.

Apesar disso, e com o devido respeito por todos, ando com a sensação de que os candidatos andam a desconversar, pois no dia 29 espero que saia das urnas um presidente da Câmara do Porto com rasgo, visão e ambição que ultrapassem o acanhado território artificialmente circunscrito entre Douro e Circunvalação e seja o líder do Norte, a mais populosa, laboriosa, exportadora e pobre região do país, a que mais dá e menos recebe - os fundos per capita recebidos do QREN estão 24% abaixo da média nacional.

Uma autista organização administrativa agrava as imperfeições da nossa democracia. O futuro próximo dos 3,7 milhões de nortenhos (e em particular dos 1,7 milhões da Área Metropolitana do Porto) vai ser decidido pelo voto de uns 100 mil eleitores recenseados num concelho de geografia anacrónica.

(1) Expressão adaptada do "Excelente Môrrice!", elogio que Julien, rei dos lémures, dispensa recorrentemente ao seu fiel servidor Maurice, na saga Madagascar

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