1940
Fachada principal do atual Tribunal de São João Novo, no antigo convento em 1940
Em 1582, a diocese do Porto era constituída por uma única freguesia, a freguesia de Santa Maria da Sé. Esta, por razões de ordem pastoral, foi subdividida em quatro, passando a freguesia de Santa Maria da Sé, a de Nossa Senhora de Victória, a de S. Nicolau e a de S. João Batista de Belomonte.
A paróquia de S. João Batista de Belomonte durou apenas nove anos pois quando o bispo D. Jerónimo de M...eneses, em 1592, sucedeu a D. Frei Marcos (bispo de Lisboa que tomou a diocese do Porto, em 1582), este extinguiu-a, repartindo a sua área pelas freguesias de Victória e de S. Nicolau. A própria igreja paroquial foi doada ao frades Eremita Calçados de Santo Agostinho. Estes logo começaram a construir o seu convento dedicando-o a S. João de S. Fecundo. Daí o convento se ter chamado de S. João-o-Novo, e posteriormente para simplificar, S. João Novo.
Neste convento que foi abandonado em 1832, encontra-se actualmente instalado o Tribunal Criminal e Correccional, que ainda conserva o antigo nome do convento.
Quanto à igreja, os frades Eremitas Calçados de Santo Agostinho, consideraram-na imprópria e demoliram-na. Foi construída no mesmo sítio uma nova igreja que ainda hoje está ao lado do tribunal.
O estilo de construção da igreja de S. João Novo encontra-se numa transição entre o clássico e o barroco.
Existem alguns entendidos como, por exemplo, Carlos de Passos, que afirma que esta igreja apresenta incorrecções de proporções como, por exemplo, a desproporção das colunas que ladeiam o portal, face à grandiosidade da fachada.
A fachada encontra-se dividida em partes.
A primeira, assenta num estilóbata onde se firmam quatro pilastras. A meio situa-se um portal com duas colunas de cada lado, duas janelas gradeadas que ladeiam o portal e mais outras duas a nível superior.
A segunda parte, possui seis pilastras que prolongam as do altar inferior e janelas com as mesmas parecenças que as do primeiro andar.
A terceira parte da fachada é composta por torres laterais e três frontões em que o do meio termina em cruz.
A capela-mor, situada no interior da igreja, é coberta por uma abóbada de pedra. Nas paredes abrem-se quatro portais decorados e com emblemas e legendas alusivas a Nossa Senhora, Santo Agostinho e Santo Patrício.
O altar-mor foi mandado construir pelo bispo D. Frei António de Sousa (1757/ 1766), um frade que pertenceu à Ordem e o seu túmulo (simbólico), como memória, encontra-se do lado esquerdo da capela-mor.
O interior também possui uns azulejos decorativos, datados de 1741 e as obras lá encontradas são de origem dos séculos XVII e XVIII.