Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

É assim que o polvo se mexe: compra tudo e todos

A crítica reconhece unanimemente que ontem, no Estádio da Luz, o Estoril foi brutalmente prejudicado por um árbitro que recorria ao Benfica (via Nuno Cabral) para resolver recursos de classificações à comissão de análise. Ainda assim, no final do jogo, o treinador Ivo Vieira apareceu na sala de imprensa com uma postura estranhamente relaxada e recusou falar de arbitragens - atitude que mereceu uma vénia generalizada dos órgãos oficial da propaganda do regime nacional-benfiquista: “Treinador do Estoril recusa polémicas e dá lição aos jornalistas!”, "Isto sim, é um verdadeiro contributo para a pacificação do futebol!"

Neste momento, nós temos de dar paz aos árbitros. Devemos deixá-los trabalhar. Acho que o João [Pinheiro] fez um trabalho bem conseguido. Não vou discutir decisões, ou o videoárbitro, ou seja o que for. Eu acho que nós temos de ser intervenientes para termos um futebol mais saudável e mais colectivo. Se [as decisões do árbitro] foram contra, se foram a favor, pouco me importa. (…) Se nós estivermos sempre a questionar e a pôr em causa aquilo que é as decisões dos árbitros, acho que estamos aqui a fomentar atrito no futebol.” - disse.

Alguns jornalistas estranharam a benevolência do treinador perante o que se passou e insistiram com questões sobre o tema. Foi nesse momento que Ivo Vieira, já algo exaltado, 'deu um murro na mesa' e disse: “Malta! Com todo o respeito! Houve aqui um bom jogo hoje, ou não? As baterias estão todas aqui viradas para o videoárbitro? Eu prefiro falar do jogo, para ser muito sincero. Não vou contestar as decisões, vou tentar ser diferente para melhor. Tivemos aqui um jogo fantástico.”

Na base da decisão de Ivo Vieira está 'o ambiente que se vive no futebol', algo a que Pepa, treinador do Tondela, já tinha aludido há dias, quando recusou responder a perguntas sobre arbitragens. Apesar de, meses antes, o mesmo Pepa ter feito um triste espectáculo no Dragão, por causa de uma arbitragem que considerou “surreal.”

Tal como Pepa, Ivo Vieira tem um histórico preenchido com polémicas relacionadas com críticas à arbitragem.

Em Agosto, há apenas quatro meses, ainda enquanto treinador da Académica, foi suspenso dez dias após se ter dirigido ao árbitro do jogo contra o Académico de Viseu nos seguintes termos: “- Sois uns borrados de m..., baixaram-lhes as calças, ide para o c...!” “Parto-te os cornos, filho da p..., é a primeira vez que sou expulso na minha vida.

As palavras constam do relatório do árbitro e da deliberação do Conselho de Disciplina.

Na Luz, abriu-se uma excepção à revolta. E a imperativa "resolução da crise, após catástrofe europeia" deu-se sem o ruído indesejado.

Já em 2004/2005 o Estoril tinha aceitado mudar um Estoril-Benfica de sua casa para o Algarve, num jogo que foi, nas palavras de Carlos Xavier, então adjunto dos canarinhos, "comprado".

É também assim que o polvo mexe.


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