Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

“O único território politicamente relevante no país em que o bloco central não toca é o Porto”

A governação independente da Câmara do Porto deixa os dois principais partidos políticos do País com os nervos em franja e, para Rui Moreira, “o temor de que no futuro aquilo que sucede no Porto possa acontecer noutras cidades” tem-se manifestado numa aliança negativa entre PS e PSD. Os mais prejudicados desta “força de bloqueio” são os portuenses, avisa. 

Rui Moreira, que interveio no final da primeira Assembleia Geral da Associação Cívica – Porto, o Nosso Movimento, afirmou que “o centrão” está muito preocupado com esta nova forma de organização política, que se abriu ao País – e também à Europa – com a vitória de cidadãos independentes há cinco anos, no Porto.
Como constatou, desde Setembro de 2013, PS e PSD “não tocam” na segunda maior câmara do País. Esse facto conduziu a uma aproximação entre os representantes das duas forças políticas no concelho do Porto, que se adensou durante a campanha eleitoral de 2017.
“Depois de 40 anos em que estiveram sempre presentes”, dominando confortavelmente o poder local de Norte a Sul do País, “salvo raras excepções onde governa o CDS e o PCP”, o movimento independente veio, efectivamente, ameaçar o poder instalado.
“A teoria do bloco central não é uma teoria da conspiração. O único território politicamente relevante em Portugal onde nenhum dos partidos [PS e PSD], seja junto ou separado, tem relevância no exercício do poder é a cidade do Porto”. Para o também membro do Conselho de Fundadores da Associação Cívica, “é por isso muito fácil encontrar neles a força de bloqueio conjunta para tentarem, aqui e ali, causarem-nos as maiores dificuldades”, observou.


Um desses exemplos, mencionou, vem do projeto de reconversão do Matadouro. “É um pouco extraordinário que haja um tão grande entendimento entre os vereadores com pelouro no Executivo municipal, um Executivo da Junta de Freguesia [de Campanhã], que por acaso é do PS, que também se congregou para isto o Senhor Presidente da República, e foram lá todos abanar a cabeça e tirar selfies”.
Aliás, recordou que o PS fez bandeira do projecto durante a campanha às últimas eleições autárquicas. “Parecia que era tudo deles e que eu tinha contemplado o Matadouro como uma possibilidade distante. Se tivesse corrido bem, estariam a fazer nesta hora o que fizeram durante o Verão [de 2017]: gritar que aquilo era deles”.
Contudo, a realidade é hoje bem diferente. “No primeiro momento em que encontrámos um obstáculo, começaram todos a dizer ‘isto não é nada connosco’ ”, disse Rui Moreira.
E, lembrando o seu discurso de vitória em Outubro de 2017, explicou por que não escolheu o caminho mais fácil e “apontou o dedo” para a forma como decorreram aqueles últimos meses. “Tinha sido óbvio durante campanha aquilo que agora é ainda mais óbvio e já é mesmo indesmentível: havia uma aliança negativa que nos queria confrontar”, concluiu.
Na primeira Assembleia Geral do Porto, o Nosso Movimento, presidida pelo Professor Valente de Oliveira, foi aprovado por unanimidade o balanço das contas do primeiro ano da Associação Cívica. Em apenas um ano de actividades, o movimento de cidadãos que teve origem nas candidaturas independentes de Rui Moreira à Câmara do Porto ganhou espaço na arena política, sendo com frequência solicitado por órgãos de comunicação social para comentar assuntos sobre as mais variadas matérias. Na mesma sessão, foi ainda aprovado por unanimidade um voto de louvor, proposto por um associado, à Direcção da Associação.  (daqui)

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