Os motivos
Uma das razões da conquista de Ceuta teria sido a oportunidade dos infantes (D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) serem armados cavaleiros por um feito de guerra. Outra, talvez a ameaça castelhana constante sobre a cidade. Estes motivos não são incompatíveis com os de ordem económica. Ceuta era uma cidade rica e teriam sido levados pela burguesia comercial, que queria canalizar para Lisboa o tráfego do Mediterrâneo ocidental feito por aquela cidade. De qualquer modo as cusas e origens da conquista de Ceuta não são hoje suficientemente claras. Para se informar de todos os portmenores da cidade, D. João I enviou à Sicília dois embaixadores com o pretexto de pedirem a mão da rainha para o infante D. Pedro; estes na passagem colheram todas as informações sobre Ceuta.
A conquista
O exército havia largado de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluíndo os príncipes Duarte, o herdeiro, Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. A 21 de Agosto, começou o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manha de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. A mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.
Deixando ficar D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota regressaram a Lisboa em Setembro. Os marroquinos não se deram por vencidos e atacaram a cidade em 1418 e 1419, sem qualquer resultado. Julgaram consegui-lo, quando do desaire português de Tânger, pedindo como resgate do infante de D. Fernando a cidade de Ceuta. Mas D. Fernando morreu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443. A posição da cidade foi consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471).
Em 1580 Ceuta manteve a administração portuguesa, como Tânger e Mazagão. Todavia, em 1640 não aclamou o Duque de Bragança, como rei de Portugal, mantendo-se espanhola. A situação não oficializada em 1668 com o Tratado de Lisboa, assinado entre os dois países e que pôs fim à guerra da Restauração.
Fonte: Wikipedia
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