Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Como nasceu...


ORIGEM DO CARNAVAL

Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.


CARNAVAL NO BRASIL

O carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baiana, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.

CARNAVAL NO RECIFE E OLINDA

Século XVII - De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis, Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça regra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.
Século XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro "Festas e Tradições Populares", descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, "Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo,
realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de SÃO BENEDITO.

Século XIX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José. O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, traziam foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.

O Corso - Percorria o seguinte intinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.

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OLINDAOlinda é marcada durante o Carnaval pelo desfile dos bonecos gigantes e dos blocos carnavalescos. Ao som do frevo, milhares de pernambucanos e turistas se misturam no sobe e desce das ruas ladeiras que a Cidade Alta possui. Em Olinda, a folia é democrática, colorida e inesquecível.
O município possui dezenas de bonecos gigantes, sendo o mais conhecido deles o Homem da Meia-Noite, que está nas ruas desde 1932 e é responsável por dar início, oficialmente, a zero hora do sábado de Zé Pereira, ao carnaval olindense. Além dos bonecos, o período carnavalesco é composto pelo desfile de afoxés, escolas de samba, caboclinhos e maracatus.

RECIFE

Em Recife, capital multicultural do Brasil, tem frevo, maracatu, caboclinho, ciranda, coco, samba, rock, reggae, manguebeat. Todos os anos, o autêntico Carnaval de rua recifense arrebata milhões de foliões, turistas do Brasil e do exterior.
Ninguém fica de fora. A folia é distribuída por toda a cidade. A descentralização leva a festa aos bairros populares. São 12,2km de Carnaval em diversos pólos no Centro do Recife, com inúmeras agremiações, artistas nacionais e regionais, desfiles de blocos, fantasias. Um espetáculo diferente em cada esquina.
Quinteto Violado, André Rio, Orquestra Super Oara, Edy Carlos, Silvério Pessoa, Lenine, Pedro Luís (da banda Pedro Luís e a Parede), Lula Queiroga, Maracambuco, Mestre Salustiano, Almir Rouche, Elba Ramalho, Spok Frevo Orquestra, Belo Xis, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Claudionor Germano, Antônio Carlos Nóbrega, Alceu Valença, Antúlio Madureira e Versão Brasileira.
Este ano, os homenageados do Carnaval do Recife são o Mestre Salustiano e Dona Santa, símbolos de tradição, popularidade e cultura.

No século XX o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato.

Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA

Local
Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro - Sambódromo
Rua Marquês de Sapucaí, s/n º - Praça Onze - Cidade Nova

Quem Desfila na Passarela

ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO ESPECIAL
Este desfile, ponto alto do carnaval, é dividido em duas noites. Sete escolas desfilam no domingo e sete na segunda-feira.
Neste grupo, filiado à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, as agremiações destacam-se pela magnificência e luxo, onde participam artistas famosos e personalidades do jet set brasileiro, misturados ao povo de aproximadamente cinco mil participantes por escola

ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO A
Estas escolas são filiadas à Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro e fazem parte do chamado Grupo de Acesso. São 10 agremiações de grande porte que desfilam no sábado de carnaval com empolgação e beleza, apresentando seus enredos através do samba, da fantasia e dos carros alegóricos. Um desfile importante, posto que a campeã ascenderá, no ano seguinte, ao Grupo Especial.

ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO B
São também chamados de grupos de base, por se tratar da base popular de onde saíram as grandes escolas. Cada escola tem, aproximadamente mil e quinhentos participantes, portanto são agremiações muito pequenas que desfilam com muita garra para defender o
seu carnaval.

SÁBADO DAS CAMPEÃS
No primeiro sábado após o carnaval, a Passarela recebe todo o brilho de quem se destacou nos desfiles de domingo e segunda-feira, pois estarão desfilando as Escolas de Samba campeãs do Grupo Especial.

Escrito por Claudia M. de Assis Rocha Lima

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