Casa Pia. Freeport. Escutas em Belém – estes casos têm em comum o não estarem encerrados e envolverem os máximos dirigentes de Portugal, respectivamente o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro e o Presidente da República. Enquanto estes casos decorriam e decorrem, segundo os números apresentados por Medina Carreira e até agora não desmentidos, o nosso endividamento externo tem crescido ao ritmo de 34 milhões de euros por dia. E entre os 27 países da UE conseguimos o paradoxo de o PIB per capita nos atirar para o 19º lugar, enquanto na hora de pagarmos impostos já subirmos para o 14º e no momento de o Estado gastar chegarmos ao 7º.Enquanto os escândalos correm e a prestação negativa do país se agudiza a classe política declarou-se empenhada em salvar os portugueses do aquecimento global, agora denominado mais abrangentemente por alterações climáticas. Da gripe das aves e da gripe A. Da escassez de petróleo. Dos frangos com nitrofuranos. Da escassez de alimentos. Quando a crise económica se tornou mundial e ganhou foros de catástrofe tornou-se finalmente enquadrável neste discurso do salvamento do povo português em relação a inimigos longínquos e sem rosto. Afinal os líderes estão muito mais à vontade para falar da salvação do mundo do que dos problemas concretos.
(*) via Público
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