No momento em que escrevo este breve artigo, Portugal atravessa uma crise sem precedentes desde que aderimos à então Comunidade Económica Europeia. No cerne do que estamos a viver encontra-se uma verdadeira mudança de onde releva a sempiterna discussão sobre o papel do Estado, em que o importante é resgatar a liberdade dos portugueses e de Portugal da discricionariedade com que os políticos da nossa praça nos têm brindado, frequentemente a coberto de uma retórica demagógica onde Estado Social, neo-liberalismo e interesse nacional são expressões vociferadas sem que ninguém saiba muito bem o seu conteúdo e sentido, semeando uma confusão generalizada.
Certo é que, como Friedrich Hayek previu, o chamado “cold socialism” do Estado Social degenerou num modelo insustentável de compadrios e corrupção – económica e moral – que crescentemente vai coarctando a nossa liberdade de acção enquanto indivíduos mas também como nação, ao vermo-nos reféns de políticos e de políticas que nos trouxeram no caminho de uma dívida externa que prejudicará indelevelmente as próximas gerações. A esmagadora maioria da população está dependente do Estado, directa ou indirectamente, e este, por sua vez, está dependente do estrangeiro. A dependência financeira acentuou a falta de liberdade e sem liberdade económica, não há liberdade política. Ou seja, agora que chegámos à situação de pedir ajuda externa – que em minha opinião já deveria ter sido solicitada há mais tempo – fica patente a perda de autonomia a que estamos sujeitos.
Contudo, ao longo da nossa longa História, várias crises tivemos de enfrentar. Esta não é a mais grave das que atravessámos e não será, com toda a certeza, a última. Na verdade, desde a fundação do Reino de Portugal, se há algo verdadeiramente constante são as permanentes crises económicas, sociais e políticas em frente das quais nos soubemos reinventar. A esmagadora maioria destas ultrapassadas sob a liderança de um Rei e de Estadistas de uma craveira que parece residir apenas no passado. E neste momento em que muitos apelam a vazios “consensos nacionais” ou vêem uma esperança na figura de um Presidente da República eleito por um quarto dos eleitores, torna-se evidente a necessidade de usufruirmos do desprendimento em relação a interesses partidários de que um monarca goza, bem como a sua superioridade moral capaz de revitalizar uma nação em frente de qualquer crise.
Vem isto a propósito, também, do recente filme “O Discurso do Rei”, em torno da figura de Jorge VI, que conseguiu ultrapassar o problema de gaguez e unir um Império contra a ameaça Nazi, tornando-se, em conjunto com Winston Churchill, um símbolo de resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, Jorge VI e a Rainha Elizabeth prestaram um inestimável serviço ao visitarem as trincheiras por diversas vezes, e com discursos que providenciaram uma muito necessária revitalização moral das tropas e do povo.
Em Portugal, nunca foram governos de união ou salvação nacional ou Presidentes da República que uniram a nação portuguesa – aliás, a separação política entre partidos e ideologias é um sinal de vitalidade de qualquer democracia, onde a oposição tem também um papel importante na fiscalização do Governo. Foram sempre os monarcas que souberam enfrentar crises como oportunidades, e que souberam colocar ao serviço de todos a sua liberdade. E mesmo que se argumente que numa monarquia constitucional, como é o caso britânico, o Rei tem poucos poderes, parece-me evidente que poucas coisas são mais poderosas na revitalização do espírito de uma nação do que a elevação moral, o sentido de serviço e as palavras de um Rei.
Talvez mais do que nunca durante a III República, encontramo-nos hoje em frente de evidências que nos mostram como a verdadeira tradição portuguesa da monarquia seria a garantia de uma saudável democracia, como contrapeso à demagogia que fere o debate público em Portugal. Não se trata aqui de um sebastianismo bacoco, em que muitos políticos portugueses parecem rever-se, mas sim da restauração da defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses. As palavras de um símbolo de unidade nacional como o Rei seriam de um inestimável valor para podermos enfrentar os tempos que se avizinham.
Via Estado de Sentido e Imagem de Corta Fitas
Certo é que, como Friedrich Hayek previu, o chamado “cold socialism” do Estado Social degenerou num modelo insustentável de compadrios e corrupção – económica e moral – que crescentemente vai coarctando a nossa liberdade de acção enquanto indivíduos mas também como nação, ao vermo-nos reféns de políticos e de políticas que nos trouxeram no caminho de uma dívida externa que prejudicará indelevelmente as próximas gerações. A esmagadora maioria da população está dependente do Estado, directa ou indirectamente, e este, por sua vez, está dependente do estrangeiro. A dependência financeira acentuou a falta de liberdade e sem liberdade económica, não há liberdade política. Ou seja, agora que chegámos à situação de pedir ajuda externa – que em minha opinião já deveria ter sido solicitada há mais tempo – fica patente a perda de autonomia a que estamos sujeitos.
Contudo, ao longo da nossa longa História, várias crises tivemos de enfrentar. Esta não é a mais grave das que atravessámos e não será, com toda a certeza, a última. Na verdade, desde a fundação do Reino de Portugal, se há algo verdadeiramente constante são as permanentes crises económicas, sociais e políticas em frente das quais nos soubemos reinventar. A esmagadora maioria destas ultrapassadas sob a liderança de um Rei e de Estadistas de uma craveira que parece residir apenas no passado. E neste momento em que muitos apelam a vazios “consensos nacionais” ou vêem uma esperança na figura de um Presidente da República eleito por um quarto dos eleitores, torna-se evidente a necessidade de usufruirmos do desprendimento em relação a interesses partidários de que um monarca goza, bem como a sua superioridade moral capaz de revitalizar uma nação em frente de qualquer crise.
Vem isto a propósito, também, do recente filme “O Discurso do Rei”, em torno da figura de Jorge VI, que conseguiu ultrapassar o problema de gaguez e unir um Império contra a ameaça Nazi, tornando-se, em conjunto com Winston Churchill, um símbolo de resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, Jorge VI e a Rainha Elizabeth prestaram um inestimável serviço ao visitarem as trincheiras por diversas vezes, e com discursos que providenciaram uma muito necessária revitalização moral das tropas e do povo.
Em Portugal, nunca foram governos de união ou salvação nacional ou Presidentes da República que uniram a nação portuguesa – aliás, a separação política entre partidos e ideologias é um sinal de vitalidade de qualquer democracia, onde a oposição tem também um papel importante na fiscalização do Governo. Foram sempre os monarcas que souberam enfrentar crises como oportunidades, e que souberam colocar ao serviço de todos a sua liberdade. E mesmo que se argumente que numa monarquia constitucional, como é o caso britânico, o Rei tem poucos poderes, parece-me evidente que poucas coisas são mais poderosas na revitalização do espírito de uma nação do que a elevação moral, o sentido de serviço e as palavras de um Rei.
Talvez mais do que nunca durante a III República, encontramo-nos hoje em frente de evidências que nos mostram como a verdadeira tradição portuguesa da monarquia seria a garantia de uma saudável democracia, como contrapeso à demagogia que fere o debate público em Portugal. Não se trata aqui de um sebastianismo bacoco, em que muitos políticos portugueses parecem rever-se, mas sim da restauração da defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses. As palavras de um símbolo de unidade nacional como o Rei seriam de um inestimável valor para podermos enfrentar os tempos que se avizinham.
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