Apesar da vergonhosa abstenção (respeito mas não entendo os queixumes dos portugueses) estes resultados eleitorais provam que a presença nociva para o país que José Sócrates apresentava, acabou, da mesma forma que podem abrir a porta a um Portugal melhor. A esquerda, na sua globalidade é a grande derrotada. Sócrates, mas também Francisco Louçã, outra figura sinistra da política portuguesa, são como limões espremidos: já nada valem. Para todos nós surge no horizonte próximo um novo rosto, surge uma renovação. Nos políticos, nas políticas, no fim dos clientelismos, no fim do faz de conta, do teleponto e da cultura do powerpoint. É indispensável renovação. O vencedor, Passos Coelho, tal como o país, não têm nada para festejar. Afinal está lá fora um Portugal devastado. E um desastre não se festeja. O esforço no sentido de controlar os danos e de reconstruir sobre as ruínas não se compadece com foguetório e espectáculos de variedades. Neste cenário, o próximo governo não terá, desta vez, um minuto de estado de graça. Na verdade, o que o espera, e a nós com ele, é um estado de desgraça que vai exigir que todos sejamos capazes de nos transcendermos.
Uma palavra para o partido/movimento que apoiei. O Movimento Partido do Norte surgiu nestas eleições coligado com o PDA. Desde a primeira hora que pretendíamos ir a votos de forma autónoma. A emergência de eleições e a (ainda) não formalização como partido político, depois a recusa do TC na coligação, levaram-nos à figura de independentes pelo PDA. Muito obrigado. Permitiram-nos apresentar o nosso programa, discuti-lo, fazer ouvir a nossa voz. Em democracia, TODOS deveriam ter direito ao seu tempo. Em Portugal, como noutras democracias, os designados pequenos partidos, têm o que têm. Pouco ou quase nada. Foi difícil. Por outro lado, eu próprio disse numa reunião do MPN que objectivamente as pessoas, nestas eleições iriam preocupar-se no pão que põe na mesa, só depois na essência política. As nossas razões, os nossos objectivos são muito bons. Todos aqueles com quem falamos assim o diziam. Muitas palmadas nas costas e vozes de incentivo. Mas no fim, hoje, optaram pela saída fácil. Têm toda a legitimidade. Todavia, cerca de 0,1% entenderam e aceitaram dar-nos o seu voto. É um estímulo, não uma derrota. Pedro Baptista tem razão no que defende. Eu estou com ele. Quatro mil hoje. Amanhã quatro milhões. Não creio que o Norte venha a beneficiar por aí além com este governo. Nem com nenhum governo lisboeta. Aliás, podemos ver as "elites" todas em lisboa. Nenhum partido tem o Norte como base; apenas aqui aparecem para o folclore do voto. O próprio PSD não resistiu à tentação e, no Porto, a sua cabeça de lista foi uma benfiquista, antiga braço direito de um foragido ex-presidente benfiquista, Vale e Azevedo. Sintomática a falta de respeito. Sintomática a forma como o Porto é tratado. E o Porto, por mais que custe a muita gente, é o Norte. É a locomotiva desta Nação Portucalense. Quando os directórios políticos nos tratam assim, com falta de respeito e pudor, o que se pode esperar? Lutar, lutar sempre pelas nossas raízes. O Movimento Partido do Norte não verga a cerviz. Contem comigo para as próximas lutas.
5 comentários:
Até que enfim encontrei um blog onde se opinam estas ideias!
Mas, vamos por partes:
1- "Apesar da vergonhosa abstenção (respeito mas não entendo os queixumes dos portugueses)" - Quando nós somos quase 10 milhoes de cidadão e quase 10 milhões estão inscritos nos cadernos eleitorais, algo vai mal...Ou será que a população está assim tão envelhecida?É que se há falecidos ainda inscritos é natural que a abstenção não só ganhe como mantenha eternamente a sua (não) votação, ganhando por maioria absoluta. Se o direito ao voto fosse retroactivo até o Henriques votava!:)
2- Concordo com a análise feita aos futuro e ao demissionário governos.
3- "Mas no fim, hoje, optaram pela saída fácil. Têm toda a legitimidade."- Caramba, eu partilho as ideias do Partido do Norte, sou regionalista convicto, quero autonomia admnistrativa e financeira para a minha região e deixar de estar sujeito à vontade de meia dúzia de pessoas, fechadas em gabinetes em Lisboa, muitas vezes criados em berço-de-ouro, que nada conhecem da rua deles, quanto mais das prioridades dos nativos de uma outra região? Agora, votei PSD e o senhor até enumera as razões pelo qual eu o fiz:
i- "A emergência de eleições e a (ainda) não formalização como partido político, depois a recusa do TC na coligação"
ii- as pessoas, nestas eleições iriam preocupar-se no pão que põe na mesa, só depois na essência política.
Eu fui enganado com as sondagens que davam constante empate técnico. Fui ingénuo, acreditei nelas e votei para tirar José Sócrates do cargo, não por convicção política. Essa representa-a o PDA. Eu sou do movimento antes de ele existir, ou, pelo menos de eu ter conhecimento da sua existência, colando cartazes pela minha zona, (que até é próxima da vossa sede), por iniciativa minha com o artigo constitucional onde se prevê as regiões admnistrativas. Como tal, peço desculpa por não vos ter dado o meu voto mas as razões estão explicitadas pelo próprio crítico, uma vez que eu não conhecia a fiabilidade do projecto a fundo.E, quando, com um vizinho meu, me quis dirigir à vossa sede, com certeza devido à falta de recursos humanos, estavam fechados a fazer campanha no bolhão!Precisam de ajuda? Pelas ideias, contem comigo, se aferir e verificar que não estou a ser enganado, estarei sempre na linha da frente!Acredito mesmo que só governando de baixo, das pessoas, das regiões, das tradições para o topo é que isto funciona.Até porque permite maior escrutínio popular. As pessoas daqui para reclamar não têm que ir tão longe. Aumenta a exigência, mas também aumenta a capacidade de resposta, a eficácia da Admnistração. Com certeza, muitos fundos europeus seriam mais bem gastos em projectos válidos e não gastos em metros de auto-estradas orçamentos ao preço que a gente sabe, por exemplo! Acho é que o pessoal lá em baixo, pelo que sinto sempre que lá vou, tem medo. Nós temos raça, identidade, união e amor à nossa terra e tradições, eles, têm alguns, outros nem sabem que isso existe!
Bem, posto isto, despeço-me com um abraço e promessa de dar um salto à sede do Partido do Norte, disponibilizando-me para o que for preciso!
Como o entendo...
Quanto aos cadernos, é evidente o falhanço de toda uma administração eleitoral que deixa as coisas chegar a este ponto. Ainda assim, penso que muitos ficaram em casa. Que pena.
No que respeita às convicções, que posso mais acrescentar? O Norte tem sido continua e sistematicamente espoliado e gozado por lisboa. Pensemos no desvio de verbas comunitárias do Norte para o vale do Tejo. Pensemos nessa vergonha colonialista das portagens nas estradas que diziam ser pagas por elas mesmas. Só o Norte (Porto/Viana) é que está a pagar!
Não sei como será o futuro, no que diz respeito à coligação com o PDA. Mas estaremos perto de nos constituir como partido. O nosso ideal prevalece e a nossa razão é total e irrefutável. Apareça ao fim da tarde. Realmente somos poucos (ainda) e por isso a "nossa casa" apenas abre umas horas ao fim do dia. Todos são bem recebidos. Pelo Norte!
Ah, já agora o meu nome é Sérgio Campos. Não tenho por hábito não assinar o que penso e digo! :D
E mais um bitaite final: Não podemos continuar a deixar que esvaziem o Porto (no meu caso) cada vez mais. Se perdermos gente, perdemos os seus descendentes, perdemos força, tradição e história. Temos que reverter urgentemente esta tendência sob pena de um dia sermos tão poucos que o coração de D. Pedro vai sair aos saltinhos da Lapa, preocupado que percamos o título que, adicionado às armas cedidas por D. Maria II, completa o epíteto de "Antiga, Mui nobre, Sempre leal e Invicta cidade do Porto. Estamos a perder gente e massa crítica. Os neo-nobres já pernoitam cá no burgo à descarada!Mas esse é o plano. Esvaziar os locais que historicamente eram a reserva moral deste país e cada vez desinformar e deseducar a população. Até já gozam comigo...Então eu andei a estudar 3 anos no secundário, a matar-me a fazer média para entrar numa universidade pública e o mais perto possível e estes gajos com as novas oportunidades têm o 12º em 3 meses e andam de peito feito como se soubessem muita coisa e a rirem-se, dizendo que enquanto não acabar o curso temos a mesmo escolarida.O que é verdade, porque caso não acabasse o curso, concorreriam exactamente em condições semelhantes quer para o mercado de trabalho, quer para a univerdade. Tanta injustiça que se comete neste país para comprar votos, porra. Atrevo-me a dizer que finalistas universitários actuais sabem menos que pessoas com a quarta classe do meu avô!
Vou passar na sede, tenho que libertar estas ideias e fazer alguma coisa senão rebento. E mesmo que sejamos meia dúzia no ínicio, havemos de ser mais, muitos mais quando as pessoas perceberem o que está em causa. Finalmente arranjei um partido que me motivasse... E já tive lideres da JS e JSD (os dois bebedos que nem uns cachos e eu próximo) a tentarem convencer-me a filiar-me num dos seus partidos, numa noite no bar académico. Nunca o fiz, porque 1º não me revejo em nenhum e acho que a distinção de esquerda e direita não faz qualquer sentido hoje (isso foi após a revolução francesa, que se pôs o clero e a nobreza do lado direito e o "povo" À esquerda!), para além de que, como deve dar para notar, adoro pensar e fazer algo pela "coisa pública", adoro política na sua versão aplicativa, mas não quero ser conotado como um dos políticos actuais, que estragaram algo que era nobre! Nos conceitos esquerda e direita como classificaria o PDN? Quando me perguntarem se é esquerda ou direita, vou começar a responder Norte. Devia ser esse o slogan!Voto na esquerda ou direita? Voto no NORTE!:D Desculpa a extensão do texto, mas quando falo sobre isto com alguém acham-me maluquinho e só sabem dizer que regionalizar aumentaria a despesa e blá blá blá, esquecendo-se dos milhentos tachos que iam acabar, como os Gov. Civis e o próprio parlamento, bem como grande parte do sector empresarial do estado, com toda a certeza, que só serve para dar tachos aos boys. Afinal, não sou o único maluco à face desta terra santa... Outro argumento, é de que somos pequenos. Atentem a Holanda, Bélgica, etc, tantos países mais pequenos e regionalizados...por favor...estão com medo que se acabe a maminha para os 3 milhões da área metropolitana de Lisboa?Azar...Por último, a chamada de Carlos Abreu Amorim para a vida pública também ajudou a que votasse laranja. Foi meu professor e sei que é regionalista convicto e dos mais conhecedores que há sobre o assunto, pois também é tripeiro e isso apaixona-o. Há certas contradiçoes no discurso dele, que com certeza, se ouvisse os comentários no corredor na faculdade facilmente os desmontaria, pois embora ele criticasse os politicos, só podemos mudar alguma coisa no país se formos políticos. Mas não dos políticos que estragam a política ou que só a usam pelas artes da oratória mas daqueles que com palavras sinceras, honestas e tempestivas elevam a política. Gostaria de aprendem com alguém assim e ser assim um dia, mas a verdade é que, até me comprometer internamente com o PDN hoje, só queria distância da política. Mas pela minha cidade, região e gente vou lutar esta causa.
Ao contrário do comentador anónimo e como tinha escrito no passado dia 31 de Maio votei PDA por ser o partido onde estavam os defensores do Norte, enquanto nos outros "grandes" partidos estavam lisboetas e nortenhos ao serviço de Lisboa e seus interesses. Passei duas vezes pela sede, na Rua de S. Brás: 1 para entregar as duas fichas do partido e 1 para falar sobre o envio de uma transferência bancária de que nunca mais tive notícias. O problema está, mas é compreensível, no horário de abertura da sede que não ajuda no meu caso.
Quanto aos comentários do autor, estou de acordo consigo, mas não podemos esquecer a realidade: a maioria dos nortenhos foram e são colonizados desportivamente, politicamente e até culturalmente pelas televisões e imprensa lisboetas e, claro, os resultados foram os previsíveis. Uma coisa é certa: a luta pela defesa do Norte e dos nossos interesses tem de continuar, de todas as formas possíveis.
Cumprimentos.
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