Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Porque quem pensa é perigoso ... Porque "quem faz" os assusta... (*)

(*) Mário Dorminsky AQUI

PORQUE QUEM PENSA É PERIGOSO

Vimos o Porto “secar” durante 12 anos a fio.  Bateu mesmo no fundo. Os portuenses viram daqui sair as sedes das grandes empresas, dos bancos, até mais de 100 mil habitantes. Aparentemente usou-se a catastrófica estratégia de “fechar a luz”, de deixar o Porto “às escuras”, de esvaziar o centro de cidade, de deixar morrer o pequeno comércio… quis-se “matar” quem faz cultura. Porque esses pensam. Porque os que pensam são seres perigosos.

Por alguma razão será que no Porto só se fala de contas. São fáceis de fazer. Não se pregou um prego durante doze anos e esqueceu-se a cidade.
Estranho e contraditório, até pelo que está à vista de todos, é que se diga que foi feita a revitalização do centro do Porto! Terá isso a ver com a proliferação de bares e a malta que vai beber copos à sextas e sábados à noite, ali para as bandas da Praça de Lisboa?.
Mesmo assim, jornais de referência estrangeiros, consideram o Porto como um destino turístico por excelência. Até o é, mas não pelas razões que se apregoa aos quatro ventos. Gosto (salvo seja!) em particular da referência do New York Times, e cito "é uma cidade barata, come-se bem e bebe-se melhor!". Sinceramente, se é por isso que o Porto quer ser conhecido mundialmente, muito mal está quem gere a imagem da cidade.
Se ao menos apostasse na marca Porto, que até existe e bem forte, isto é, no Vinho do Porto, no Futebol Clube do Porto ou na Cultura, tudo bem.  Mas isso implicaria que se tivesse investido a sério em eventos como  - e estão em situação bem difícil -  o Fantasporto ou o Fitei. Assim, teria lógica. Mas não. E já agora convém lembrar “os outros” (sim, eram mais de dez) médios ou grandes eventos que anualmente o Porto vivia e que morreram espezinhados na sequência de uma estranhíssima cruzada feita contra a Cultura na cidade (e já agora, contra o futebol). Sei que passamos a ter o Primavera Sounds,  que por aqui se gosta muito de carros e que a cidade mantém, felizmente, um património fantástico, e muitos outros espaços de referência. Mas quem os criou ou os manteve vivos? O Governo (e as duas Fundações existentes) que ainda garantem no Porto a gestão de cerca de uma dezena de equipamentos culturais e o Coliseu que é “sustentado” pelos alugueres e pela sua liga de amigos.
E que foi feito a um Sá da Bandeira (degradadíssimo), do Batalha, autenticamente massacrado pela ruinosa e incompetente “gestão” partilhada entre a CMP  e a Associação de Comerciantes,  e que até “casa de alterne” foi, antes de fechar definitivamente.  Há! já me esquecia, tem de se referir, o Rivoli, que “virou” sala de aluguer com uma programação completamente desapropriada. Já  agora, repararam nos cartazes do regresso do La Féria ao Porto a um mês das eleições autárquicas ? Já estão na fachada quando há tantos promotores nortenhos que não têm sala para desenvolver os seus projectos!.Enfim!

PORQUE “QUEM FAZ” OS ASSUSTA…

Porque “quem faz” assusta quem “não mexe uma palha”.  Uma cidade é para ser vivida. É preciso cativar investidores proporcionando-lhes condições para montar os seus negócios. É preciso saber gerir sem "milhões" ou conquistá-los a quem os tem.  Ter boas equipas no terreno. Fazer. Também no desporto e no movimento associativo tudo colapsou. Deixaram-se os clubes ao abandono total (sobretudo os mais pequenos) e as associações culturais quase desapareceram. Onde estão os novos pavilhões, as piscinas, os campos de futebol, as sedes e espaços de trabalho que permitam a milhares de jovens ou menos jovens, praticarem desporto ou desenvolver projectos culturais ou de lazer. E o que foi feito na renovação do parque habitacional? Será que se construíram de raiz habitações para os mais necessitados? Que se acabaram com as ilhas? Que se renovaram os bairros?
Uma das campanhas, a de LFM está sobre fogo. Cabalas atrás de cabalas não têm feito esmorecer o candidato.  Mas aí os média (e estou à vontade para falar neles, até porque fui jornalista profissional mais de 20 anos…) têm-se portado francamente mal! Faz-me lembrar a história de um amigo meu, assessor de um Ministro do PS que, numa sexta- feira, há já vários anos viu, surpreendido, a sua foto a ocupar toda a primeira página do “Independente”, caluniando-o. Ele nada tinha feito mas tal publicação levou-o a demitir-se, para não envolver o dito ministro na acusação que lhe era feita e a ter de refazer com dificuldade toda a sua vida. Informação construída à base de bocas, e não de factos, tem sido “o dia a dia”. Porquê? Que mal lhes fez LFM? Que mal tem feito LFM ao Porto?  As calúnias, em particular as que trazem ódios à flor da pele não terão com ele, seguramente, o mesmo efeito que levaram o meu amigo a demitir-se. Porque, mais cedo ou mais tarde, o País inteiro saberá quem é quem e os porquês desta cidade do Porto estar verdadeiramente "seca", desprestigiada e sem qualquer imagem nacional.
Mostrar ao País o que é de facto o Porto de hoje é fundamental. 
E não tenhamos ilusões que, a partir do momento em que LFM ganhar as eleições, será altura de demonstrar aos portugueses como se constrói uma grande metrópole, mesmo em tempo de crise. Já o fez em Gaia. Fá-lo-á no Porto.

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