Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

À moda do Porto: GOVERNABILIDADE E DESGOVERNO

Em Novembro, os reis de Espanha visitam Portugal, onde serão muito bem recebidos. Hoje, a relação ibérica é fundamental de ambos os lados da fronteira. As incompreensões históricas foram resolvidas e há uma assinalável e desejável interdependência das duas economias, pese embora o desequilíbrio que resulta, em larga medida, das diferentes dimensões dos dois estados.
Apesar de todos os problemas de governabilidade, com um Governo de gestão corrente, com o problema da independência da Catalunha no horizonte, com o eterno drama do desemprego e das convulsões sociais, a verdade é que Espanha tem uma taxa de crescimento três vezes superior à nossa. E isso quer dizer que o fosso se acentua. Seria útil compreender as razões pelas quais divergimos de forma drástica do nosso maior cliente, que é, também, o nosso maior fornecedor.
Haverá quem explique que há uma questão de dimensão dos mercados internos de cada um dos países, com consequências na estrutura empresarial. Creio que essa justificação maquilha a dimensão e a origem do problema, que resulta da estrutura diversa das administrações dos dois países. E pergunto-me, a propósito, o que sucederia em Portugal caso tivéssemos - e um dia poderemos ter - uma crise de governabilidade tão grave como Espanha teve, e que não está plenamente resolvida.
O modelo descentralizado - ainda que caótico - da Espanha democrática, com autonomias e independentismos, com negociações e contrapartidas, resulta num apreciável equilíbrio de forças antagónicas que propiciam opções estratégicas que, no final, adquirem uma dinâmica globalmente positiva.
Ao invés, Portugal insiste num sistema singularmente monolítico, concentrado e obcecadamente centralista, que faz com que as políticas públicas estejam capturadas por interesses que não valorizam os vectores mais dinâmicos da economia. Basta ver como essas políticas públicas ignoram as necessidades da indústria exportadora, aqui e ali bajulada por sucessivos governantes que, na hora de decidir, ignoram as suas aspirações e desígnios.
Talvez seja por isso que a nossa governabilidade resulta para o cidadão pior, bem pior, do que a ingovernabilidade espanhola. [ Rui Moreira, Porto ]

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