Adolfo Mesquita Nunes no Público
A tese era simples: a direita, no seu desprezo pelos mais necessitados, forjou uma política de enorme e desnecessário aumento de impostos que, além de sufocar os que menos tinham, era incapaz de trazer crescimento. O país crescia 1,6% em 2015, era muito pouco, era preciso virar a página.(…)
O governo das esquerdas aprovou então o seu primeiro Orçamento.
* Baixou o IRS? Não.
* Baixou o IRC? Não.
* Baixou o IVA? De
relevante, só parcialmente o da restauração.
* Baixou o IVA da eletricidade e do gás? Não. * Baixou o IMI? Não.
* Criou novos impostos? Sim.
* Aumentou impostos que incidem sobre a classe média, como o automóvel ou o da gasolina? Sim.
* Eliminou a sobretaxa? Não.(…)
E eis que o Governo das esquerdas apresenta o seu segundo Orçamento, segunda oportunidade de acabar com o enorme aumento de impostos.
* Baixou o IRS? Não.
* Baixou o IRC? Não.
* Baixou o IVA? Não.
* Baixou o IVA da eletricidade e do gás? Não.
* Baixou o IMI? Aumentou.
* Criou novos impostos? Sim.
* Manteve ou reforçou o aumento dos impostos verificado no ano anterior? Sim.
* Eliminou a sobretaxa como prometido? Não.
Dir-se-á que se mantém a reposição de rendimentos, nomeadamente nos pensionistas, muito abaixo do prometido e sobretudo nas pensões mais altas (sim…). E qual é o resultado que se prevê? Um crescimento de 1,5%, muito abaixo dos prometidos 3,1% do Plano Centeno, abaixo do crescimento deixado pelo PSD/CDS. E porquê? Porque tudo o resto que nos faz crescer tem sido descurado pelo governo.A isto chama-se austeridade. Este Orçamento não só não acaba com o enorme aumento de impostos como anuncia que vamos crescer menos. É o tal virar de página.
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