JOSÉ MANUEL RIBEIRO - (O JOGO, em 02 de Fevereiro de 2006)
Conhecem aquela teoria cor de rosa segundo a qual todos temos uma criança cá dentro, ou melhor, aí dentro, na vossa perspectiva? Acho que dispensa comprovação em laboratório, mas falta regulamentar na especificidade, como se diz na Assembleia da República. Nuns casos, a criança interior personifica realmente a fantasia, o desprendimento, até a inocência do adulto que a embrulha, mas noutros é só um puto ranhoso com uma fisga.
É impossível não pensar nessa figura quando irrompem do nada travessuras da raça desta escolha do Bruno Paixão para dirigir o jogo do regresso de Co Adriaanse ao banco, cumprido o castigo de quinze dias que o mesmo árbitro resolveu destinar-lhe. Dá-me ideia de que a criança que está dentro do Luís Guilherme viu uma janela intacta na casa do vizinho mal disposto e não quis perder a oportunidade. Imagino o ar sério e engravatado do presidente da Comissão de Arbitragem ao informar os jornalistas, anteontem, enquanto o miúdo subliminar tapava a boca para sufocar o riso.
É impossível não pensar nessa figura quando irrompem do nada travessuras da raça desta escolha do Bruno Paixão para dirigir o jogo do regresso de Co Adriaanse ao banco, cumprido o castigo de quinze dias que o mesmo árbitro resolveu destinar-lhe. Dá-me ideia de que a criança que está dentro do Luís Guilherme viu uma janela intacta na casa do vizinho mal disposto e não quis perder a oportunidade. Imagino o ar sério e engravatado do presidente da Comissão de Arbitragem ao informar os jornalistas, anteontem, enquanto o miúdo subliminar tapava a boca para sufocar o riso.
Outros dois bons exemplos da interessantíssima área que é a pedopsiquitaria aplicada aos marmanjões de meia-idade vieram de Scolari, mas no caso do seleccionador impõe-se procurar discernir, talvez recorrendo ao método da vivissecção (dissecação em vida, o desporto favorito dos ratinhos brancos), se estaremos perante um adulto com um puto dentro ou o contrário.
Aquela do "não somos mais fortes do que Angola" já esteve ao nível, se não do rasgo de um Woody Allen, pelo menos do talento natural de um Fernando Rocha, mas gostar a sério foi do livro que escolheu para inspirar os jogadores da Selecção Nacional, "Voando como a Águia". Estou a vê-lo: "Ih, ih, ih, sou tão engraçado. Olha para mim a gozar com os portugueses que sobram dos seis milhões, quatrocentos mil e quinhentos e doze benfiquistas, em especial aquele milhãozito inofensivo que é portista e contribuinte ao mesmo tempo e, de entre esses, aqueles que moram na zona com mais desemprego do país e que, para além de não terem dinheiro no bolso, ainda levam com as idiotices de um novo rico armado em pato bravo. Ih, ih, ih, que valente que eu sou".
Aquela do "não somos mais fortes do que Angola" já esteve ao nível, se não do rasgo de um Woody Allen, pelo menos do talento natural de um Fernando Rocha, mas gostar a sério foi do livro que escolheu para inspirar os jogadores da Selecção Nacional, "Voando como a Águia". Estou a vê-lo: "Ih, ih, ih, sou tão engraçado. Olha para mim a gozar com os portugueses que sobram dos seis milhões, quatrocentos mil e quinhentos e doze benfiquistas, em especial aquele milhãozito inofensivo que é portista e contribuinte ao mesmo tempo e, de entre esses, aqueles que moram na zona com mais desemprego do país e que, para além de não terem dinheiro no bolso, ainda levam com as idiotices de um novo rico armado em pato bravo. Ih, ih, ih, que valente que eu sou".
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