Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Médio Oriente (*)

A Internacional do Ódio

Sobre a ofensiva do fundamentalismo islâmico, o Público de 18/Ago apresenta-nos dois excelentes artigos com uma análise realista da situação política mundial. Também de leitura obrigatória o artigo "Aprendemos a viver com rockets" de Esther Mucznik.


De Vasco Pulido Valente

A derrota de Israel
"Apesar do 11 de Setembro e de tudo o que a seguir aconteceu, o Ocidente não consegue levar a sério a ameaça do islamismo, como levou a sério a do comunismo. No fundo o homem comum não acredita que uma civilização fracassada, miserável e medieval possa prevalecer contra a majestade da Europa e da América. Talvez sim. Mas pode, entretanto, empurrar a Europa e a América para um desastre difícil de imaginar e de reparar. Com a derrota de Israel, esse desastre ficou mais próximo."
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De José António Carvalho

A Primeira Internacional do Ódio (artigo completo)

O escritor egípcio Magdi Allam considera que estamos perante "uma rede de contrapoder globalizado, que conjuga o fanatismo religioso islâmico com o ódio ideológico comunista em relação à América e Israel".

Gostaria de partilhar com os leitores do PÚBLICO algumas reflexões sobre o Médio Oriente e a Primeira Internacional do Ódio, publicadas no diário italiano Corriere della Sera (21-7-2006). O autor, Magdi Allam, é jornalista e escritor egípcio nascido numa família muçulmana que, há já vários anos, denuncia a estratégia islâmica de conquista do Ocidente pelo terror e invasão silenciosa. Ameaçado de morte pelos fundamentalistas muçulmanos, vive hoje em Itália sob protecção policial.

Escreveu ele que "a guerra no Médio Oriente está a caminho de consagrar o nascimento de uma “frente internacional anti- imperialista”, formada por grupos terroristas e por Estados islâmicos, assim como por países da América do Sul, da Europa e da Ásia que se inspiram na ideologia comunista. A imagem emblemática, e recente, é a do Presidente Chaves que, ao abraçar o iraniano Ahmadinejad no aeroporto de Teerão, a 29 de Julho, comparou Israel a Hitler, afirmando que “os judeus fazem a mesma coisa com os libaneses." Na sua resposta a Ahmadinejad, que o apresentou como "nosso irmão combatente", Chávez formula uma promessa solene: "Em qualquer circunstância, estaremos ao lado da nação iraniana. A história demonstrou que quanto mais unidos estivermos, melhor poderemos resistir e combater o imperialismo."

Magdi Allam considera que se completa assim o quadro de "uma rede de contrapoder globalizado, que conjuga o fanatismo religioso islâmico com o ódio ideológico comunista em relação à América e Israel". Para ele, numa primeira etapa, houve a ligação entre o movimento terrorista sunita Hamas e o movimento terrorista xiita Hezbollah, união que se realizou após o atentado de 12 de Julho último, no curso do qual oito soldados israelitas foram mortos e dois sequestrados, ataque que provocou a extensão da guerra ao Líbano.

"Numa segunda etapa -prossegue - vimos o apoio imediato manifestado pela Síria e Irão, que veio confirmar o papel de patrocinadores do terror praticado pelo Hamas e Hezbollah e que tornaram clara a relação existente entre os apresentadores e as marionetas." Depois entrou em cena a Al-Qaeda, por meio do discurso de Ayman Al Zawahiri divulgado a 27 de Julho, onde apelava "aos muçulmanos do mundo inteiro, a fim de combaterem e de se tornarem mártires na guerra contra os sionistas e os cruzados", anunciando: "Nós não podemos ver a chuva de mísseis que caem sobre os irmãos muçulmanos de Gaza e no Líbano e permanecer em silêncio." "Tudo isto marcou o começo da aliança entre o terrorismo islâmico globalizado da Al-Qaeda, o terrorismo autóctone palestiniano e libanês e a estratégia de terror do Irão e da Síria", conclui.

O quarto acto, segundo Magdi Allam, é a formação de uma frente internacional unida pela ideologia do ódio e da guerra em relação a Israel e aos Estados Unidos. "Nesta frente participam três chefes de Estado sul-americanos: o venezuelano Chávez, o cubano Fidel e o Boliviano Evo Morales que criaram o pacto Alba (Alternativa Bolivariana pelas Américas)". Ao receber Chávez e Castro em La Paz, Morales declarou: "Estamos aqui para participar na luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, este milénio será do povo e não do império," Ao que Chávez respondeu: "O eixo do mal é representado por Washington e pelos seus aliados que ameaçam e matam. Quanto a nós, estamos a construir o eixo do bem, o eixo do novo século."

A ida de Chávez em Minsk permitiu que a este eixo se juntasse igualmente o ditador bielorrusso AIexander Lukaschenko, que, depois de o ter recebido, fez o elogio de Hitler: "A ordem alemã desenvolveu-se ao longo dos séculos, mas, sob Hitler, atingiu o seu apogeu e é assim que interpreto a República presidencial e o papel de líder." E claro que a frente internacional anti-imperialista inclui necessariamente o ditador norte-coreano King Jong-ll.

Magdi Allam mostra-se nesse artigo preocupado com "o papel ambíguo da Rússia de Putin, que recentemente vendeu armas no valor de mil milhões de dólares a Chávez, fornece tecnologia ao programa nuclear iraniano e protege o regime sírio", Por isso quer saber de que lado está a União Europeia, pois considera que chegou o momento da opção crucial, "uma vez que a UE não poderá estabelecer uma inimaginável política de equidistância ou de 'equiproximidade' entre esta nova central do ódio e do terror globalizado e os seus aliados tradicionais que, mesmo que se tenham enganado, lutam presentemente contra o terrorismo e a barbárie daqueles que negam o direito à vida e à liberdade de todos." Por isso pergunto: quem responde a Allam?

(*) chegado por email

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