Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Dramático de Sinta (*)

É o drama. Fernando Seara, presidente da Câmara de Sintra e comentador televisivo na RTP, chamou anteontem a atenção para os prejuízos, até materiais, que o actual desequilíbrio na Liga acabará por trazer. São as camisolas que o Benfica e o Sporting venderão a menos e os lugares no estádio que ninguém terá vontade de ocupar. Acrescento à minha conta as quebras nas audiências e por via delas a rarefacção da publicidade; as solas dos sapatos que não gastarão a seguir as equipas pelo país fora; os anti-histamínicos que não hão-de comprar porque vão ficar em casa nos dias molhados de Inverno; os KIT Novo Sócio, apinhados no armazém, ameaçando tornar-se KIT Velho Sócio a todo o momento; e o zénite da tragédia: a depressão do primeiro-ministro, que é do Benfica e precisa de estar bem disposto para avançar com a revolução tecnológica e a paz em África. Mas há a hipótese de compensações naturais. Os benfiquistas e sportinguistas que não vão ao estádio hão-de ir ao cinema, ao teatro, ao Oceanário ou comer queijadas a Sintra; não comprarão camisolas, mas de certeza que não os veremos a cirandar por aí em tronco nu; não vão gastar solas, mas em contrapartida, ficando a inchar no sofá, rapidamente valerão o peso em ouro para as grandes farmacêuticas. Podem crer que não se arranja melhor para dinamizar o comércio. E ter uma depressão até seria cavalheiresco da parte do primeiro-ministro. Há um ou dois eleitores deprimidos por razões ligeiramente menos frívolas do que as derrotas do Benfica.
(*) por José Manuel Ribeiro, in O JOGO