Já começamos a perceber que ciclicamente o "núcleo" duro dos empresários portugueses (por acaso, residentes em Lisboa) bem como a maltinha intelectual de lisboa (pacheco pereira incluído), acopolada ao poder central (seja qual for o partido no poder) lançam para o ar, despercebidamente primeiro, e em grande força depois, a coberto da imprensa lisboeta (até porque a maioria dos eventos são para beneficiar qualquer porcaria em lisboa), grandes projectos. Assim conseguiram recuperar uma zona decadente de lisboa, com a Expo 98, assim pretendem agora com o aeroporto e com o TGV.
O caso do aeroporto é o mais gritante: ainda ninguém conseguiu dizer que a Portela está esgotada. Apenas referem que qualquer dia assim será. Vai daí, lisboa tem os terrenos da Portela em local excelente para umas construções de arranha-céus, e a crise do sector do betão e dos associados precisa de continuar a engordar à custa do zé pagante. Claro, com os políticos a meter umas loas para os bolsos, porque nestas coisas a oferta e a procura andam juntas. Não sei se reparam que, para além das reformas magníficas que conseguem ao fim de uma ou duas legislaturas, não há um político de topo que passe fome, que não tenha um ou dois lugares na administração de empresas públicas ou privadas...
Depois de tanto barulho, a opção OTA parece estar enterrada e ALCOCHETE escolhida. Digo parece, porque de teimosos como Sócrates Lino e João Cravinho, pode esperar-se que metam na gaveta os estudos encomendados pelas várias correntes de interessados na obra e sobreponham uma decisão política. Afinal para alguma coisa serve a maioria absoluta!
Por acaso, já se lembraram de devolver ao Porto, uns quantos voos internacionais que a ANA, do Estado, fez o favor de nos sonegar ao longo dos tempos... Bastava isto para que a Portela voltasse a ficar de novo com muitos e muitos anos de "liquidez". Claro, que os 400 milhões lá gastos nos últimos anos já não chegam para todos os "consumidores" e financiadores dos partidos conhecidos .... E justificar mais uns quantos milhões começa a ser difícil....
Quanto ao TGV o caso é mais complicado. O governo comprometeu-se com a UE a prolongar a linha Madrid-Badajoz até Lisboa e dificilmente poderá voltar atrás nesta obra. Só mesmo reclamando a verdadeira sensatez, e pedindo desculpa aos burocratas de Bruxelas. Todavia, lá temos as "encomendas" dos tais empresários e a coisa tem que dar para meter algum no bolso...
Falando de sensatez, olhamos para os "atrasados" nórdicos e não encontramos TGV na Noruega, nem na Suécia, e já agora nesse miserável país chamado Holanda e já agora, em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar. Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
Numa decisão com estes custos, endividando as gerações futuras de modo gravoso, seria mais que justo haver, aqui sim, um referendo. Votaria NÃO.
A linha TGV Porto-Lisboa é um enorme erro estratégico, financeiro e económico. Os inteligentes dos ministérios lisboetas avançam com umas 4 !!! paragens para poupar 15 minutos poupados na viagem. Do lado dos castelhanos, atente-se: entre Madrid e Badajoz nenhuma paragem.
O TGV será um meio de transporte adequado para atravessar grandes distâncias inter cidades e inter países. Não é o caso de Portugal.
A linha Lisboa-Badajoz será um fiasco financeiro já assumido nos estudos até agora feitos. Não há passageiros suficientes para justificar o investimento previsto e a linha dará prejuízo mesmo depois de pronta. Meia dúzia de empresários espanhóis que a usem para vir a Portugal dar seguimento aos seus negócios, não justificará o encargo.
Curiosamente, a linha menos falada (já quase abandonada) Porto-Vigo, seria a que mais interesse económico teria, a que ficaria mais barata e para a qual não há alternativa.
Conhecendo-se o espírito de novo-riquismo saloio dos nossos dirigentes lisboetas, nenhuma destas conjecturas interessa. O que interessa é mostrar ao estrangeiro que somos os maiores - até temos TGV - mesmo que dois milhões de portugueses vivam abaixo do limiar de pobreza...
O caso do aeroporto é o mais gritante: ainda ninguém conseguiu dizer que a Portela está esgotada. Apenas referem que qualquer dia assim será. Vai daí, lisboa tem os terrenos da Portela em local excelente para umas construções de arranha-céus, e a crise do sector do betão e dos associados precisa de continuar a engordar à custa do zé pagante. Claro, com os políticos a meter umas loas para os bolsos, porque nestas coisas a oferta e a procura andam juntas. Não sei se reparam que, para além das reformas magníficas que conseguem ao fim de uma ou duas legislaturas, não há um político de topo que passe fome, que não tenha um ou dois lugares na administração de empresas públicas ou privadas...
Depois de tanto barulho, a opção OTA parece estar enterrada e ALCOCHETE escolhida. Digo parece, porque de teimosos como Sócrates Lino e João Cravinho, pode esperar-se que metam na gaveta os estudos encomendados pelas várias correntes de interessados na obra e sobreponham uma decisão política. Afinal para alguma coisa serve a maioria absoluta!
Por acaso, já se lembraram de devolver ao Porto, uns quantos voos internacionais que a ANA, do Estado, fez o favor de nos sonegar ao longo dos tempos... Bastava isto para que a Portela voltasse a ficar de novo com muitos e muitos anos de "liquidez". Claro, que os 400 milhões lá gastos nos últimos anos já não chegam para todos os "consumidores" e financiadores dos partidos conhecidos .... E justificar mais uns quantos milhões começa a ser difícil....
Quanto ao TGV o caso é mais complicado. O governo comprometeu-se com a UE a prolongar a linha Madrid-Badajoz até Lisboa e dificilmente poderá voltar atrás nesta obra. Só mesmo reclamando a verdadeira sensatez, e pedindo desculpa aos burocratas de Bruxelas. Todavia, lá temos as "encomendas" dos tais empresários e a coisa tem que dar para meter algum no bolso...
Falando de sensatez, olhamos para os "atrasados" nórdicos e não encontramos TGV na Noruega, nem na Suécia, e já agora nesse miserável país chamado Holanda e já agora, em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar. Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um). Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
Numa decisão com estes custos, endividando as gerações futuras de modo gravoso, seria mais que justo haver, aqui sim, um referendo. Votaria NÃO.
A linha TGV Porto-Lisboa é um enorme erro estratégico, financeiro e económico. Os inteligentes dos ministérios lisboetas avançam com umas 4 !!! paragens para poupar 15 minutos poupados na viagem. Do lado dos castelhanos, atente-se: entre Madrid e Badajoz nenhuma paragem.
O TGV será um meio de transporte adequado para atravessar grandes distâncias inter cidades e inter países. Não é o caso de Portugal.
A linha Lisboa-Badajoz será um fiasco financeiro já assumido nos estudos até agora feitos. Não há passageiros suficientes para justificar o investimento previsto e a linha dará prejuízo mesmo depois de pronta. Meia dúzia de empresários espanhóis que a usem para vir a Portugal dar seguimento aos seus negócios, não justificará o encargo.
Curiosamente, a linha menos falada (já quase abandonada) Porto-Vigo, seria a que mais interesse económico teria, a que ficaria mais barata e para a qual não há alternativa.
Conhecendo-se o espírito de novo-riquismo saloio dos nossos dirigentes lisboetas, nenhuma destas conjecturas interessa. O que interessa é mostrar ao estrangeiro que somos os maiores - até temos TGV - mesmo que dois milhões de portugueses vivam abaixo do limiar de pobreza...