Post copiado (com autorização) do magnífico Bibó Porto Carago
Entrei no Estádio das Antas, pela mão do meu Pai, a quem devo a paixão pelo Futebol e pelo meu Clube.
Sou do tempo em que uma vitória no torneio de juniores de Limoges, os 4 golos do Lemos, ao SLB, que vi da pista de ciclismo, ou a conquista da Taça de Portugal de 1967, eram os poucos motivos de festa
Sou do tempo em que cada nova época, era mais uma esperança de tom azul, que e invariavelmente, se tornava cinzento, uns meses mais tarde: o mesmo tom que cobria a tragédia grega ocorrida a 16 de Dezembro de 1973, aos 13 minutos da jornada 13, tarde de silêncio sepulcral, de comunhão perante a morte de um artista, o meu ídolo de infância, Fernando Pascoal das Neves, Pavão.
Sou do tempo dos roubos de igreja, catedral, dos campos inclinados, ou e porque não dos “suicídios colectivos” como o que se verificou na famosa época de 68/69, que poderia ter antecipado numa década, o inicio da “revolução”, que e no entanto viria a ocorrer numa das tardes mais alucinadas, espirituais e de celebração de identidade e expressão: a que mudou o futebol português a 8 minutos do final do épico FCP vs SLB de Maio de 1978, cuja (minha) história já contei por varias vezes…
Sou desse tempo e dos seguintes, que culminaram nas “impossíveis” vitórias europeias, e na transformação de um “pequeno” clube de uma cidade periférica, num dos grandes clubes da Europa e do mundo. Sejamos claros: numa cidade com a dimensão, demografia e massa critica como a do Porto, existir um clube com a dimensão do nosso, é ou seria, partindo apenas de realidades económicas e sociais, uma quase impossibilidade, mas se existe um clube assim na cidade do Porto e não colocando em causa a quase sobre humana contribuição de Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, e a estratégia a la Maquiavel e o Príncipe de José Maria Pedroto, por vezes sub dimensionado na sua gigantesca contribuição para o FCP de hoje, se esse clube existe numa cidade como a do Porto, é porque existe um espírito, uma forma de estar, um ADN mental, e uma força colectiva que o possibilitaram…
Em crónica recente, escrita e lida aos microfones da Antena 3, onde colaboro, sugeria com evidente ironia, e após a estrondosa derrota de Londres, que os jogadores actuais, deveriam ser obrigados a ver pelo menos durante 24 horas, e ao estilo do filme Laranja Mecânica, vídeos dos grandes momentos do clube que representam: a final de Basileia, ganha pelo “honesto” Platini, a mesma que e possivelmente destruiu a carreira do meu vizinho montado num cavalo branco, Zé Beto; o João Pinto e a Taça dos Campeões de Viena; a cidade em festa nessa noite, em que me esqueci por completo da minha namorada de então; os joelhos do Jorge costa; os pés dos heróis de Tóquio, quase congelados, uma das grandes manifestações de ser FC PORTO, noite de Dezembro de 1988, que acabou de manhã num muro da velha 109, perto da Granja, onde me despistei (por uma boa causa) e tantos outros momentos, que deixo à vossa consideração preencher…
Não vou atirar mais achas para a fogueira, isto é, não vou acrescentar mais nada ao que se tem dito: que as contratações são bizarras, ou pelo menos “azaradas”, e que os especialistas da matéria que aconselham, decidem, fecham os negócios respectivos não parecem ser muito talentosos; que o Prof. Jesualdo Ferreira parece aquele lendário ministro da informação do Iraque; que o presidente da SAD e do clube, focado dezenas de vezes pela realização da Sporttv, parecia estar a ver um filme de terror no fantasporto; que os jogadores não estão “cá”, ou estão “lá”, ou em lado algum…
Só escrevi para desabafar, e dizer o seguinte: se o meu querido Pai, pudesse voltar ao mundo dos vivos, certamente não reconheceria o seu Clube.
E como ps, independentemente do business do futebol, dos cargos, das mordomias (justas ou não, os resultados são os únicos árbitros, e as vitorias recentes o poderão justificar) dos S.inais, A.ctuais D.esportivos, é a alma, é o espírito do FC Porto que urge recuperar antes que seja tarde.
ÁLVARO COSTA; Liga dos Últimos e Antena3
# «desabafo» enviado via email para publicação.
Sou do tempo em que uma vitória no torneio de juniores de Limoges, os 4 golos do Lemos, ao SLB, que vi da pista de ciclismo, ou a conquista da Taça de Portugal de 1967, eram os poucos motivos de festa
Sou do tempo em que cada nova época, era mais uma esperança de tom azul, que e invariavelmente, se tornava cinzento, uns meses mais tarde: o mesmo tom que cobria a tragédia grega ocorrida a 16 de Dezembro de 1973, aos 13 minutos da jornada 13, tarde de silêncio sepulcral, de comunhão perante a morte de um artista, o meu ídolo de infância, Fernando Pascoal das Neves, Pavão.
Sou do tempo dos roubos de igreja, catedral, dos campos inclinados, ou e porque não dos “suicídios colectivos” como o que se verificou na famosa época de 68/69, que poderia ter antecipado numa década, o inicio da “revolução”, que e no entanto viria a ocorrer numa das tardes mais alucinadas, espirituais e de celebração de identidade e expressão: a que mudou o futebol português a 8 minutos do final do épico FCP vs SLB de Maio de 1978, cuja (minha) história já contei por varias vezes…
Sou desse tempo e dos seguintes, que culminaram nas “impossíveis” vitórias europeias, e na transformação de um “pequeno” clube de uma cidade periférica, num dos grandes clubes da Europa e do mundo. Sejamos claros: numa cidade com a dimensão, demografia e massa critica como a do Porto, existir um clube com a dimensão do nosso, é ou seria, partindo apenas de realidades económicas e sociais, uma quase impossibilidade, mas se existe um clube assim na cidade do Porto e não colocando em causa a quase sobre humana contribuição de Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, e a estratégia a la Maquiavel e o Príncipe de José Maria Pedroto, por vezes sub dimensionado na sua gigantesca contribuição para o FCP de hoje, se esse clube existe numa cidade como a do Porto, é porque existe um espírito, uma forma de estar, um ADN mental, e uma força colectiva que o possibilitaram…
Em crónica recente, escrita e lida aos microfones da Antena 3, onde colaboro, sugeria com evidente ironia, e após a estrondosa derrota de Londres, que os jogadores actuais, deveriam ser obrigados a ver pelo menos durante 24 horas, e ao estilo do filme Laranja Mecânica, vídeos dos grandes momentos do clube que representam: a final de Basileia, ganha pelo “honesto” Platini, a mesma que e possivelmente destruiu a carreira do meu vizinho montado num cavalo branco, Zé Beto; o João Pinto e a Taça dos Campeões de Viena; a cidade em festa nessa noite, em que me esqueci por completo da minha namorada de então; os joelhos do Jorge costa; os pés dos heróis de Tóquio, quase congelados, uma das grandes manifestações de ser FC PORTO, noite de Dezembro de 1988, que acabou de manhã num muro da velha 109, perto da Granja, onde me despistei (por uma boa causa) e tantos outros momentos, que deixo à vossa consideração preencher…
Não vou atirar mais achas para a fogueira, isto é, não vou acrescentar mais nada ao que se tem dito: que as contratações são bizarras, ou pelo menos “azaradas”, e que os especialistas da matéria que aconselham, decidem, fecham os negócios respectivos não parecem ser muito talentosos; que o Prof. Jesualdo Ferreira parece aquele lendário ministro da informação do Iraque; que o presidente da SAD e do clube, focado dezenas de vezes pela realização da Sporttv, parecia estar a ver um filme de terror no fantasporto; que os jogadores não estão “cá”, ou estão “lá”, ou em lado algum…
Só escrevi para desabafar, e dizer o seguinte: se o meu querido Pai, pudesse voltar ao mundo dos vivos, certamente não reconheceria o seu Clube.
E como ps, independentemente do business do futebol, dos cargos, das mordomias (justas ou não, os resultados são os únicos árbitros, e as vitorias recentes o poderão justificar) dos S.inais, A.ctuais D.esportivos, é a alma, é o espírito do FC Porto que urge recuperar antes que seja tarde.
ÁLVARO COSTA; Liga dos Últimos e Antena3
# «desabafo» enviado via email para publicação.
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