"Ilha" na rua de São Vítor
A "ilha" do Porto é um tipo de habitação operária que se massificou no final do séc. XIX com o desenvolvimento industrial da cidade e com a chegada de muitos migrantes das zonas rurais.
O lote almadino tinha, normalmente, 5,5m de largura, de frente para a rua, por uns 100m de comprido. As casas burguesas eram construídas à face da rua, na qual o proprietário abria uma ligação para um corredor até ao fundo do quintal, de 1 a 2 metros de largura, ao longo do qual construía pequenas habitações precárias contíguas.
Essas habitações, com áreas que não excediam os 16 m² (algumas apenas com 9 m²), tinham cerca de 4 metros de frente, com uma porta e uma janela (que davam para o corredor central). A primeira divisão era a sala, ao fundo existia um quarto, de 2,5m por 1,5m, e uma cozinha, de 1,5m por 1,5m. As casas não tinham água canalizada, nem esgotos. As retretes eram comuns, sendo que correspondiam, em média, 1 retrete para cada 5 casas. Em cada casa viviam famílias inteiras, facilmente de 10 ou mais pessoas.
Segundo Ricardo Jorge, em 1899 cerca de um terço da população do Porto vivia em ilhas. As fracas condições higiénicas e a frequente convivência com animais criavam condições muito favoráveis ao aparecimento e fácil proliferação de surtos doenças contagiosas, frequentes na cidade quase até meados do séc. XX.
[Fontes – postal: blogue "Imagens de outras eras"; texto: Wikipédia]
0 comentários:
Enviar um comentário