Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Obama no Porto (*): sem a genuína e pura parolagem daqueles que adoram a Madonna "lisboeta" ou os Globos de Ouro da SIC

NOTA PRÉVIA

Não percebo como um queniano nascido numa palhota pode ser alvo desta adoração ou culto de personalidade típico da esquerda:

1) Deixou pelo caminho um notável número de cadáveres que conheciam a sua situação
2) Desprestigiou os EUA e arruinou uma série de alianças por todo o Mundo
3) Ajudou à criação do Estado Islâmico
4) Apoio as primaveras árabes e por uma unha negra o Egipto não foi um local de massacre para os milhões de cristãos que ainda lá vivem
5) Colaborou com o Irão e com o terrorismo do Hezzbollath
6) Abandonou os cubanos fugidos à tirania castrista com quem colaborou
7) Atacou a Líbia à revelia do congresso e da ONU
8) Incitou ódio racial
9) Envolveu-se num incontável número de escândalos
10) Apoiou uma anormal que anda sempre de boca aberta como túnel do Marão
11) Negou o visto a cristãos perseguidos no médio oriente
12) Abandonou diplomatas à morte
13) Desarmou e humilhou as forças armadas americanas
14) Foi uma desgraça económica




(*) by Telmo Azevedo Fernandes

Comecemos pelo mais simples: a vinda a Portugal de um ex-Presidente dos EUA para uma conferência é uma optima oportunidade. Seja a pessoa em concreto quem for, é um político com uma experiência ímpar. Ouvi-lo só pode ser enriquecedor. Ou não…
Ninguém percebeu ao certo ao que é que ele vinha cá e menos ainda quem pagou. Vem para uma conferência sobre o clima chamada summit. Hoje tudo o que seja summit é bom e portanto anda bem. E veio pago pelo vinho do Porto e pela Câmara do Porto. Ok, vamos assumir que foi assim…

Oito e meia e era o caos na porta do Coliseu do Porto. A rua estava fechada ao trânsito e parte desta ocupada por protecções metálicas. Ninguém pagou directamente para estar no Climate Change Leadership Summit (é este o nome oficial). Os 3.000 participantes foram todos convidados. Péssima notícia, metade deles decidiu ser pontual. Na barraquinha de entrada, encafuada numa garagem de recolhas do outro lado da rua, era-lhes colocada uma etiqueta no pulso e uma badana ao pescoço com a sua própria foto. Lentíssimo, este processo fez formar filas (bichas, como se diz a Norte) de mais de uma hora.

Era demorada a credenciação (nome local check-in) mas felizmente fácil a entrada: ninguém confirmava se quem entrava correspondia à foto. Já no edifício, um controlo final, tipo aeroporto, “ponha a carteira na máquina” e lá passavam as roupas e carteiras pelo raio x, aqui e ali obrigando a revista a quem se atrevia a passar com algumas moedas no bolso.
A sessão abriu atrasada, está visto. Rui Moreira, o edil Portuense fez uma mini intervenção, sem alusão ao facto de a sala estar a meio pano e mandaram entrar os oradores. As primeiras intervenções marcaram o tom futebolístico do dia: eram tão redondas que podiam estar ali ou num relvado da Rússia. A sala entretanto foi-se compondo e a fila de entrada escoando.

Chegou a hora do almoço. A plateia aliviada. Realmente tinha ido para um evento principalmente social, para ouvir o Obama e ser visto lá. Ter de ouvir duas horas de xaropada sobre o clima já bastava. Os que não tinham lido o convite foram entretanto surpreendidos com uma desagradável surpresa. Não podiam sair para comer uma francesinha ou sequer para ir por moedas no parcómetro. Na conferência do Obama, tal como no inferno (“ó vos que entrais, perdei toda a esperança”), quem entra não sai para almoço. Em contrapartida surgiam por todo o lado uma caixinhas de cartão (lunch box, seus parolos!) que continham a dieta adequada para o amigo do ambiente: massa com queijo, um pão com uma pasta tipo gosma, umas bolachas secas e uma garrafinha de água.
Entretanto o Coliseu encheu. 3.000 pessoas. Empresários de todo o norte com os seus fatos e gravatas reluzentes. Empresárias com vestidos vaporosos, advogados, administração, imensa gente de farda de gala (bombeiros e militares) e muita muita gente simplesmente em bicos de pés para estar no meio do melhor social portuense. O que conseguiram, porque o social é um meio… onde se está.

Uma delícia ver toda esta gente a comer a massa fria com uns garfinhos de plástico (ai o clima summit…). Os mais rodados socialmente conseguiam a proeza de segurar na caixa com uma mão e comer a massa com a outra sem aquilo borrar a camisa toda. Os mais expeditos sentaram-se nos cantos e em toda a escadaria de entrada. Vamos fazer de conta que não conhecíamos ninguém e por isso não citamos nomes. Mas que foi divertido ver deputados, autarcas empresários, tudo democraticamente sentado nos degraus do coliseu a beber aguinha pela garrafa e a picar uma massinha fria com o garfo de plástico, foi.
Dito isto, veio a parte da tarde. A carne do lombo. A sala cheia até galerias, lá em cima. Curiosa democracia esta em que as galerias, originalmente onde se sentava quem pagava o bilhete mais barato, hoje cheias de senhores de fato e senhoras de vestido (os que tinham cunhas mais fracotas, é certo) todos debruçados para ver se conseguiam focar o que se passava lá em baixo.
Enquanto o evento não começava, enquanto lá atrás germinava a expectativa, as filas da frente levantavam-se , como quem diz “estou aqui, estão a ver”. E a gente via. Eram deputados, dois ministros (ambiente e economia) , uma secretária de estado que inaugura tudo e por isso também aqui inaugurava, empresários que aproveitavam para desenrascar um processozinho, autarcas, dirigentes desportivos. Gente portanto… importante.

A parte da tarde começou, aliás como a da manhã sob o diapasão de Catarina Furtado, num vestido vermelho quente, falando naquele seu inglês Festival da Canção para a plateia exclusivamnte portuguesa.
Não veio logo a estrela da tarde,foi precedida por um curioso orador que se apresentou como assessor do Presidente Obama e que mais tarde o entrevistaria com perguntas difíceis.

E pronto, seriam uma três e tal, lá veio o senhor Obama no meio de uma enorme salva de palmas. Dois sofás, ele e o senhor assessor.
A oratória fácil de Obama foi facilitada pela tendência futebolista iniciada de manha: perguntas redondas, chuto de cá para lá e respostas redondas. Acha que os jovens devem seguir a carreira política? Sim, veja o exemplo maravilhoso do Mandela. Acha que as empresas devem tomar iniciativas por causa do clima? Claro, isso é maravilhoso, etc e tal. E as organizações internacionais? Ah isso é muito importante. (faça-se justiça, não elogiou Guterres possivelmente com medo que fosse demais). Aqui e ali uma alusão ao seu sucessor que a plateia inteligentemente interpretava como sendo Trump e respondia com palmas ou com sorrisos de aprovação. Ninguém percebeu que a última pergunta era a última. Era só mais uma igual às outras. E portanto o assessor lá teve de dizer que acabou e a plateia brindou o orador com uma salva de palmas a que ele magnânimo respondeu “obrigado”. Saiu e com ele saíram os seguranças que passaram o tempo todo de costas para o palco a ver o público (esses é que se divertiram).

Acto contínuo entra a impagável Catarina. Como as palmas para o Obama esmoreciam diz ela: “clap, clap” e o público aplaudiu fervoroso. Empresários, deputados, membros do governo, esta Catarina tem o país nas mãos.
O aplauso foi fervoroso e cheio de vontade de sair, é claro, que já se fazia tarde e a estrela principal já tinha saído do palco.

Dá-se então o episódio do dia (não foi o Obama, não!). Sobe ao palco o Ministro do Ambiente (o da voz da rádio) e faz um imenso discurso em inglês. Momento supremo: um Ministro do governo a fazer um discurso em inglês para 3000 portugueses, todos eles sem excepção a querer ir tomar uma cerveja lá fora. Enquanto as filas de trás saiam discretamente (“com licença, com licença”) dos pobres da frente faziam o que podiam: pegaram nos telemóveis em massa e começaram a divagar pela net em busca de refúgio.
Foi penoso. Era uma Quaresma sem Páscoa. O homem falava (tem bom inglês) e nem uma alma lhe prestava atenção.

Mas enfim, lá passou, foi indolor e voltou a Catarina ao palco para dizer não sei o quê em inglês.
Não ouvi, saí antes da multidão. Cá fora estavam a distribuir lápis. Sim lápis.

E com isto perdi o Uruguai França.

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