O mais difícil está feito. Hoje há obra para a construção do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC). E há obra também para a reabilitação do Cinema Batalha. Dois projectos há muito tempo adiados e que a cidade tanto reclamava não têm como voltar atrás. Seguem em frente em 2020.
Cerca de 15 anos de promessas separam o antes do agora. Levou tempo, mas a existência do Terminal Intermodal, localizado na zona oriental da cidade, tem hoje selo de garantia num futuro próximo. O projecto, em "banho-maria" durante 12 anos, conheceu um significativo avanço a partir de 2015, quando Rui Moreira conseguiu selar com o Governo de então o Acordo do Porto, colocando um ponto final numa série de diferendos que envolviam a Câmara e o Estado Central, entre os quais os terrenos, agora municipais, onde se está a erguer a maior plataforma intermodal que a Região Norte alguma vez teve.
O TIC tem uma área bruta total de construção de cerca de 24 mil metros quadrados. Vai abranger não só os comboios suburbanos e os de longo curso, o Metro e a rede urbana da STCP, como também os autocarros de serviço intermunicipal e regional, que passam a dispor de um terminal de última geração, numa zona da cidade de fácil acessibilidade rodoviária.
Sendo um projecto revolucionário para os transportes e para a mobilidade no Porto, além de um grande empreendimento de arquitetura e engenharia, o Terminal Intermodal é também revolucionário no campo da sustentabilidade ambiental, já que vai tornar-se num significativo polo de absorção de carbono na cidade: entre a sua cobertura totalmente verde e a área circundante igualmente ajardinada, vão ser 46 mil metros quadrados de superfície verde. O investimento municipal está orçado em cerca de 12,5 milhões de euros.
Cinema Batalha devolvido à cidade
Da Mobilidade à Cultura. "O Batalha é um sonho que vai ser cumprido", palavra do presidente da Câmara do Porto no início de 2017. Tudo se encaminhava para as máquinas entrassem mais rapidamente no interior do edifício, depois de Rui Moreira fechar um acordo com os proprietários do edifício, que não quiseram vender o imóvel ao Município, mas sempre entenderam que era a ele que cabia a gestão do espaço. Alugaram-no à Câmara por 25 anos.
Todavia, o autarca enfrentou algumas vicissitudes quando, depois de "encravado" o projecto de reabilitação do icónico cinema da Baixa no Tribunal de Contas durante dois anos, o estado de conservação do edifício deteriorou-se de forma tão acelerada, que obrigou a uma reavaliação do projecto do arquiteto Alexandre Alves Costa e do Atelier 15 Arquitectura.
Feitas as contas, o atraso praticamente imputou a duplicação do investimento para a requalificação do Cinema Batalha, que de pouco mais do que 2 milhões de euros passou para os 3,95 milhões de euros.
Mas o que importa é que obra já iniciou e a cidade pode esperar dela o renascimento do velho Cinema Batalha, que, em torno da sétima arte, cumprirá um propósito bem maior: um equipamento cultural e espaço de convívio onde caberá o Porto todo, cumprindo a estratégia programática de uma maioria independente que tem a Cultura como uma das suas bandeiras.
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