O artigo de opinião de Joaquim Jorge de hoje intitula-se ‘Transparência’
O fundador do Clube dos Pensadores começa por dizer que há certas notícias “que nos deixam boquiabertos” como o artigo do Notícias ao Minuto, que dá conta de que o “Parlamento não sabe se há dinheiro para Entidade da Transparência’ e, já no Público, que a dívida que o Fisco considera incobrável supera os cinco mil milhões de euros.
“Notícias como estas põem-me os cabelos em pé e mexem comigo. Há dinheiro para tudo e mais alguma coisa, mas não há dinheiro para combater a corrupção e controlar os políticos! Se um cidadão não pagar os seus impostos tem penhoras, paga juros, etc. Mas há cidadãos que fogem ao fisco e não pagam impostos! Como é possível? Por que não se consegue receber esse dinheiro?”, critica o também biólogo.
Perante isso, diz Joaquim Jorge, “uma pessoa sente que o crime compensa e o chico-espertismo vence. Quem procura cumprir com os seus deveres sente-se um tanso e um lorpa”.
O fundador do Matosinhos Independente assume que lhe apetece “deixar de incomodar e de ligar”. Todavia, não consegue deixar de denunciar “estas injustiças” e garante que é importante “procurar que as pessoas reparem no que se passa à sua volta e quem detém o poder”.
“Seria mais cómodo, nada fazer e dizer. Se nos calamos e nada fazemos, comportámo-nos como cobardes e mansos”, atira.
Antes de concluir o artigo de opinião, Joaquim Jorge atira ainda farpas ao Executivo e à Assembleia da República. “Deixe que vos diga que se o Parlamento não tem dinheiro para uma Entidade de Transparência que necessita de instalações e outras estruturas e pessoal de apoio para funcionar e avaliar e fiscalizar as declarações de rendimentos, património e interesses dos titulares de cargos públicos e políticos. Está tudo dito, não é preciso dizer mais nada, é uma vergonha (desculpe Ferro Rodrigues!) e o descrédito da nossa democracia, ou pensando melhor dá jeito que não haja dinheiro para essa Entidade de Transparência. Quando o fisco é implacável com uns e com outros nada faz, o que apetece é fugir aos impostos e depois logo se vê”, sublinha.
Em jeito de conclusão, Joaquim Jorge afiança que temos de “ver o que andamos a a fazer com a democracia”.
“Portugal não é um país para gente séria e os portugueses mereciam melhor sorte. Temos que ver o que andamos a fazer com a democracia, como disse José Gil, em recente entrevista ao Noticias ao Minuto: ‘Temos que salvar a democracia porque ela arrisca-se a afundar’.
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