39 propostas de 15 países para mudar a frente de rio
Apesar de ter sido recuperada recentemente, a Ribeira é uma das áreas de intervenção para as equipas nacionais e internacionais, que apresentaram propostas no concurso. (*)
Nem só os portugueses têm ideias para recuperar a frente ribeirinha do Porto, entre a ponte Maria Pia e a Rua de D. Pedro V, em Massarelos. O concurso de ideias, lançado pela Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana, em cooperação com a Câmara portuense, a APOR - Agência para a Modernização do Porto e a Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), soma 39 propostas, oriundas de 15 países. A 40º solução, vinda da Rússia, chegou fora de prazo (na passada sexta-feira) e não foi admitida.
A maioria dos projectos, que terão de ser exequíveis e de contemplar, obrigatoriamente, a criação de um parque urbano na Escarpa dos Guindais, vem de Portugal. Contam-se, ainda, cinco projectos oriundos da Dinamarca, quatro de Espanha, três da Holanda, três da Inglaterra e dois da França. O júri, presidido por Valente de Oliveira, terá de analisar, ainda, ideias do Brasil, Suíça, Eslovénia, Luxemburgo, Índia, Estados Unidos da América, Alemanha, China e Itália. Os três vencedores do concurso deverão ser conhecidos até ao final do primeiro trimestre do próximo ano. O primeiro prémio vale 50 mil euros, o segundo rende 20 mil e o terceiro dará 15 mil.
"O concurso público serve para internacionalizar a imagem do Porto. A principal exigência é que as propostas sejam exequíveis e tenham sustentabilidade funcional e económica", sublinhou, ontem de manhã, Arlindo Cunha, presidente da Porto Vivo, durante a sessão de abertura das propostas a concurso, que decorreu na Quinta da Bonjóia. Satisfeito com a enorme participação, Arlindo Cunha espera que haja boas ideias entre as 39 propostas, pois a melhor solução servirá de referência para os decisores da Câmara e da Porto Vivo. "A melhor ideia será incorporada no documento estratégico para a unidade de intervenção da frente ribeirinha", salientou ainda. Trata-se do documento que apontará as linhas mestras para a reabilitação dos espaços privado e público da marginal do rio Douro - que corresponde a 3,5 quilómetros e a 7% da Zona de Intervenção Prioritária daquela sociedade.
Além do parque urbano da Escarpa dos Guindais, todas as soluções terão de incluir "ligações físicas" entre a frente de rio e a Baixa portuense e um "projecto transversal de exploração/animação" para a área pública e para os edifícios existentes.
Júri do concurso
Valente de Oliveira é o presidente do júri do concurso público, que integra os arquitectos Souto Moura, Gonçalo Byrne e Rino Bruttomesso. É composto, ainda, pelo arquitecto Francisco Barata Fernandes, nomeado pela Ordem dos Arquitectos; pelo engenheiro Matos Fernandes, da APDL; pelo engenheiro Mário Martins, da APOR; pelo arquitecto José Carapeto, da Câmara do Porto; e pela administradora Ana Sousa, da Porto Vivo.
Três unidades
A área de intervenção será dividida em três unidades.
(*) Carla Sofia Luz in JN