António Carneiro da Silva, juiz encarregado do processo de Pinto da Costa contra o Estado, revelou na audiência nunca ter tido conhecimento directo de um caso idêntico ao de Pinto da Costa. "Nunca vi uma detenção dentro de um tribunal e tenho mais de oito anos de profissão!", disse, em jeito de comentário a uma resposta do inspector da PJ, Casimiro Simões, que, nos seus oito anos de profissão, também nunca presenciou uma detenção em tais condições.
Este inspector não soube, por outro lado, explicar "por que razão Pinto da Costa foi uma excepção à regra", uma pergunta do advogado do dirigente. "Não posso emitir um juízo de valor porque não fui eu a cumprir o mandado e nunca tive uma situação com este contexto".
Mas, de seguida, o juiz fez a pergunta com que terminou a primeira audiência. "Mas há alguma anormalidade numa detenção dentro de um tribunal?..." Resposta do inspector "Não. É apenas um bilhete de entrada no processo".
No decorrer de outros depoimentos, Carneiro da Silva conseguiu, de certa forma, confundir as testemunhas arroladas por Pinto da Costa, que insistiam na ideia de que o dirigente se sentiu afectado por ter sido detido e pelas notícias em redor da operação da PJ. "Ficou afectado pelo facto de ter sido detido ou pela imputação de crimes?", questionou. "A opinião pública viu a detenção como uma punição à cabeça. Era preciso pô--lo na ordem, apesar de ter-se apresentado voluntariamente", argumentou Fernando Gomes, ex-autarca do Porto. "Se calhar viu mal...", respondeu o juiz.
Este inspector não soube, por outro lado, explicar "por que razão Pinto da Costa foi uma excepção à regra", uma pergunta do advogado do dirigente. "Não posso emitir um juízo de valor porque não fui eu a cumprir o mandado e nunca tive uma situação com este contexto".
Mas, de seguida, o juiz fez a pergunta com que terminou a primeira audiência. "Mas há alguma anormalidade numa detenção dentro de um tribunal?..." Resposta do inspector "Não. É apenas um bilhete de entrada no processo".
No decorrer de outros depoimentos, Carneiro da Silva conseguiu, de certa forma, confundir as testemunhas arroladas por Pinto da Costa, que insistiam na ideia de que o dirigente se sentiu afectado por ter sido detido e pelas notícias em redor da operação da PJ. "Ficou afectado pelo facto de ter sido detido ou pela imputação de crimes?", questionou. "A opinião pública viu a detenção como uma punição à cabeça. Era preciso pô--lo na ordem, apesar de ter-se apresentado voluntariamente", argumentou Fernando Gomes, ex-autarca do Porto. "Se calhar viu mal...", respondeu o juiz.