Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Cidade do Porto: O Pintor e a Cidade (1956)

"Sinopse: Documentário sobre a cidade do Porto através das aguarelas do pintor António Cruz. O artista sai do seu atellier e percorre a cidade. As imagens reais alternam com as impressões estéticas que o artista vai registando nas suas aguarelas. 

Observações: Estreado em 1956 no São Luíz e no Alvalade, em Lisboa. Teve o aplauso unânime da crítica. Aplauso que se repetiu em Paris e em Veneza e que lhe valeu, em 1957, o primeiro prémio internacional da sua carreira, a Harpa de Ouro do Festival de Cork, na Irlanda. Recebeu, também, o Prémio SNI para a Melhor Fotografia. 

"Em 1955 fui à Alemanha. Havia já um curso sobre a côr, que me começou a interessar muitíssimo. Fiz um curso na Agfa, curso intensivo sobre a côr durante um mês. Depois fui a Munique ver as máquinas, e embrenhei-me outra vez. Arranjei uma máquina e comecei pelo Pintor e a Cidade que foi o meu primeiro filme a côr e um dos primeiros filmes portugueses a côr. Fiz O Pintor contra O Douro. Enquanto O Douro é um filme de montagem, O Pintor é um filme de êxtases. Eu descobri no Pintor e a Cidade que o tempo é um elemento muito importante. A imagem rápida tem um efeito, mas a imagem quando persiste ganha outra forma. O Pintor e a Cidade é uma obra fundamental na minha carreira, na mudança da minha reflexão sobre o cinema. É a primeira vez que eu volto as costas a um cinema de montagem". Manoel de Oliveira, in entrevista com João Bénard da Costa, 1989 

"Produção independente que, por um lado, retoma o espírito pioneiro e vanguardista do Douro, é, em termos narrativos e estilísticos, uma ruptura total com o que ficou para trás.(...) Mais precisamente, o que se trata aqui é de parar e reflectir sobre o cinema e os seus materiais, de decompor imagens (imagens da cidade e imagens de um outro olhar sobre essa cidade), separá-las entre si e dos sons respectivos, e repensar de origem para que serve isso de juntá-los de novo, com que sentido, com que objectivo.(...) ligando isto ao tema - o que se trata é de reflectir transparentemente uma das ideias essenciais de todo o cinema de Oliveira: a ideia de desdobramento, o sucessivo desdobramento de olhares que o acto de filmar (e de ver um filme) representa. 

...Aqui, o emprego do som é revelador, na medida em que é o som que conta essas relações, a história dessas relações. (No O Pintor e a Cidade o som é como que a "ficção").(...) É o som que "puxa" essa entrada sucessiva da sua imagem para o real fílmico. É o som que a liga, que a faz cumprir uma função. 
...A arte como veículo intermediário, não como ponte "entre o autor e o mundo", mas como lugar de concentração/irradiação de olhares e intenções, como espelho que reflecte em todas as direcções, eis o que nos parece a essência de O Pintor e a Cidade". 
José Manuel Costa, in Folhas da Cinemateca Portuguesa, 1988" in amordeperdicao.pt 

Título original: O Pintor e a Cidade 
Origem: Portugal Duração: 27 min. 
Local de Estreia: São Luís (Lisboa) - 27 de Novembro 1956 
Realização: Manoel de Oliveira 
Argumento: Manoel de Oliveira 
Dir. Fotografia: Manoel de Oliveira 
Montagem: Manoel de Oliveira 
Dir. Som:Alfredo Pimentel 
Sonoplastia: Heliodoro Pires 
Música: Luís Rodrigues, Rebelo Bonito, Ino Sanvini 
Canções: Orfeão do Porto; Madrigalistas 
Produtor: Manoel de Oliveira 
Lab. Imagem: Tóbis Portuguesa 
Distribuição: Doperfilme 
negativo: 35 mm 
Categoria: Sem fins lucrativos/Activismo 
Etiquetas: Manoel de Oliveira 
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