Eles limparam Cedofeita para começar a dar nova vida à rua
Foi um “pequeno” passo, mas “com um grande objectivo de sensibilização”: sábado passado foi dia de “Limpar Cedofeita”, o primeiro momento público de um projecto de revitalização de uma das mais conhecidas ruas comerciais do Porto lançado por alunos do ISCET.

“Arrumar a casa”, limpando a rua, foi o objectivo da acção de sábado passado, que contou com o envolvimento de comerciantes e da população, disse ao P24 Raquel David, 25 anos, parte da equipa. A Câmara do Porto deu apoio logístico.
É o primeiro passo de um movimento que quer organizar festas, exposições e outros eventos que atraiam pessoas a Cedofeita, para além de trabalhar com os comerciantes para tornar a rua mais atractiva.
A partir de 23 de Junho, o ISCET expõe o trabalho da fotógrafa Filipa Loureiro, sobre fachadas e objectos de Cedofeita. Parte do trabalho vai ser exposto nas montras dos comerciantes da rua.
Nas reuniões quinzenais que tem mantido com os comerciantes, a equipa de alunos do ISCET conseguiu motivá-los a juntarem forças: a Associação de Comerciantes e Serviços de Cedofeita está a ser legalizada.
A acção de sábado passado foi sobretudo, simbólica. “É impossível, em 2 ou 3 horas, limpar a Rua de Cedofeita”, diz. Mais do que o chão, que “é limpo”, são os grafitos e os cartazes colados sem regras que mais afectam a rua, acrescenta a porta-voz do grupo.
O projecto “Cedofeita Viva” terá continuidade no próximo ano lectivo, com outros alunos. “Era para ser um projecto mais pequeno, mas o próprio instituto mostrou interesse”, conta Raquel David, que quer continuar ligada à iniciativa.
Aproveitar a boleia dos vizinhos
Os “grandes centros comerciais”, o “envelhecimento dos lojistas” e a diminuição do número de autocarros que servem a zona são apontadas por Raquel David como causas do declínio do comércio tradicional em Cedofeita.
Mas importa “olhar para a frente e arranjar soluções, que nem sempre passam pela parte comercial. Para trazer pessoas para aqui tem que haver outras coisas. As pessoas têm que vir à rua porque há uma festa, porque há uma exposição de fotografia. Só assim traremos um pouquinho mais de vitalidade à rua e de ânimo a quem [nela] trabalha”.
Aproveitar a dinâmica da Rua de Miguel Bombarda (com as suas galerias de arte e novas lojas) e da zona dos Clérigos (com os seus mercadinhos de rua, por exemplo) é também um caminho a seguir, o que implica convencer muitos lojistas a abrir portas ao sábado. “Toda a gente conhece a Rua de Cedofeita, mas é uma rua esquecida”.
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