Isaltino Morais fala sobre combate à corrupção !!!
O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, criticou hoje o Governo pelo "ataque" ao poder local, acusou a Associação Nacional de Municípios de ser "domesticada" e condenou o combate à corrupção em "praça pública".
Na cerimónia de comemorações do Dia do Município, que hoje se assinala, Isaltino Morais conduziu o seu discurso por um caminho diferente do que tem feito em anos anteriores e, em vez de enfatizar obras feitas pelo executivo, optou por "discutir o país".
"O que se tem passado é demasiado grave. Estamos a assistir ao maior ataque ao poder local de sempre", disse Isaltino Morais, lançando o mote para cerca de 45 minutos de duras críticas às actuais políticas do Governo.
"As autarquias são o bode expiatório do défice financeiro e o parente pobre da administração central", afirmou o autarca.
Isaltino Morais realçou, contudo, que apoia a mudança e as reformas, mas repudia o "ataque social que tem sido feito com uma única preocupação contabilística".
O autarca considerou ainda que os sacrifícios impostos às autarquias deviam "fazer corar de vergonha" a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) por estar numa "cúpula domesticada".
A venda da EDP ao "desbarato" e a intenção de reformular o setor da água são outras das medidas "absurdas" apontadas por Isaltino Morais.
"Fica já a saber [a ministra do Ambiente] que 500 milhões de euros é o preço mínimo de venda dos SMAS [Serviços Municipalizados de Água e Saneamento] de Oeiras e Amadora, a mais bem geria empresa de água em Portugal. A nós, não nos ensinam muito sobre a gestão da coisa pública", frisou o autarca.
"O Governo propõe-se a instalar a mediocridade. E é esta falta de visão estratégica nacional que empurrou o país para a pobreza e depois a única saída que apontam aos portugueses é a da porta dos fundos, ou seja, a emigração", acrescentou.
No seu discurso, o autarca aproveitou ainda para comentar os procedimentos de combate à corrupção.
"Acham que o combate à corrupção deve ser feito com manifestações em praça pública, quando a corrupção deve ser combatida com leis claras e transparentes. E quando chega a absolvição muitas vezes já é tarde porque já foi causado muito sofrimento e as famílias já foram muito afetadas e mesmo quando chega a absolvição, não se dá importância a isso", concluiu.
No mês passado, o Ministério Público de Oeiras, numa decisão vergonhosa e que comprova a total impunidade dos políticos, considerou prescrito o procedimento criminal contra o presidente da Câmara de Oeiras pelo crime de corrupção passiva para acto ilícito, pelo que arquivou o inquérito.
@Lusa - mas o último sublinhado e comentário é meu
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