Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Coisas que deveriam preocupar o execrável Rui Rio: a nossa Cidade


Solar do Vinho do Porto fechou em Janeiro e não tem data de reabertura


Instituto dos Vinhos do Douro e Porto afirma que este espaço apresenta "uma situação deficitária enorme e condições estruturais debilitadas que deveriam já ter obrigado a equacionar a sua viabilidade".

Na porta fechada do Solar do Vinho do Porto são parcas as explicações fornecidas a quem pretendia passar algum tempo neste espaço turístico da cidade do Porto. Há apenas uma folha de papel a anunciar, em português, inglês e francês, que o espaço está "Encerrado Temporariamente". A verdade é que o Solar do Vinho do Porto está fechado desde Janeiro e não há qualquer previsão para a sua reabertura.

Há turistas a visitar o Museu Romântico, mas se algum deles descer as escadas da Quinta da Macieirinha para visitar o Solar do Vinho do Porto, instalado no piso inferior do edifício, não terá sorte. Junto à porta envidraçada do espaço, acumulam-se exemplares da revista Porto Menu e algum lixo. E deste ponto intransponível é difícil imaginar o espaço que o reconhecido guia de viagens da Lonely Planet, dedicado a Portugal, descreve como "o maravilhoso Solar do Vinho do Porto" (em contraste com o "modesto Museu Romântico"), dono de um jardim "com vistas pitorescas do Douro" e onde "há centenas de portos disponíveis bem como aperitivos, para se refrescarem, como um portôncio (vinho do Porto branco com água tónica)".

O edifício pertence à Câmara do Porto, mas a gestão do solar cabe ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que confirma o encerramento do espaço, por questões económicas. "O Solar do Vinho do Porto, no Porto, tem vindo a apresentar, ao longo dos anos, uma situação deficitária enorme e condições estruturais debilitadas que deveriam já ter obrigado a equacionar a sua viabilidade", explica, em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, a assessoria de imprensa do instituto.

Segundo a mesma fonte, no ano passado, o défice de exploração do espaço foi de 44 mil euros, o que, associado à falta de pessoal e falta de condições do Solar do Vinho do Porto no Porto (SVP-Porto) - existem solares congéneres na Régua e em Lisboa - tornaram inevitável a decisão de "encerrar temporariamente" este espaço, por "absoluta falta de condições". No mesmo comunicado, o IVDP explica que, no final de 2011, o SVP-Porto sofreu "uma ruptura de colaboradores especializados" - motivada pela aposentação de um dos funcionários e pela doença prolongada de outra - que se tornou difícil de colmatar, dado o actual "quadro restritivo de admissões na função pública". A este problema associou-se a urgência na realização de obras que onerariam o IVDP em 300 mil euros - o que, a julgar pelo comunicado, não seria comportável.

No mesmo documento enviado ao PÚBLICO, o instituto explica ainda: "A cozinha, para cumprir os requisitos mínimos exigidos pelas autoridades competentes, necessita de uma reformulação global e o espaço público precisa de trabalhos de manutenção profundos (no imóvel e mobiliário); para corrigir estas situações, estima-se a necessidade de aplicar uma verba superior a 300 mil euros."

Feitas as contas, o IVDP entendeu não ter meios para manter o SVP-Porto. E nesta decisão pesou também o facto de o serviço prestado pelo solar aos turistas não ser, no entender do instituto, muito significativo. O IVDP garante que, "embora não existindo registos do movimento de pessoas", o número de perguntas sobre o encerramento do SVP-Porto, desde Janeiro, "não chega aos dois dígitos". Uma situação que leva mesmo o IVDP a classificar o espaço como "excêntrico relativamente aos circuitos turísticos".

A juntar-se a essa excentricidade (ou, talvez, justificando-a) está, para o IVDP, um outro motivo: "O Grande Porto tem muitos estabelecimentos que cumprem bem a função de apresentar e divulgar o vinho do Porto, a começar pelas caves do vinho do Porto, situadas em Vila Nova de Gaia, anualmente visitadas por mais de 800 mil turistas."

Ainda assim, o instituto defende que, "na perspectiva do interesse público", seria útil "manter aquele bonito espaço da cidade e da região aberto ao público, preservando a sua matriz ligada ao vinho do Porto". Para tal, refere, assim que foi tomada a decisão de encerrar o SVP-Porto, iniciaram-se "de imediato (...) conversações com a Câmara do Porto, proprietária do imóvel, no sentido de encontrar a solução mais adequada" para o espaço. Contactada pelo PÚBLICO, a Câmara do Porto rejeita qualquer responsabilidade pelo encerramento do SVP-Porto e diz que "tomou recentemente conhecimento da decisão do instituto em encerrar aquele espaço por falta de condições financeiras para a sua manutenção". Em resposta escrita, a assessoria de imprensa do município confirma as conversações entre o IVDP e responsáveis da autarquia, na tentativa de encontrar uma solução para o espaço. "A câmara admite fazer um esforço para, no futuro, tentar encontrar uma solução em parceria com o IVDP." Tanto quanto foi possível apurar, não há qualquer data em perspectiva para a eventual reabertura do SVP-Porto.

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