Azul profundamente pálido

Hoje ocorreu o jogo de apresentação aos sócios do FCPorto.

Noutras épocas era o jogo da cereja em cima do bolo. Embora nos últimos tempos assim não tenha sido, houve uma década em que Pinto da Costa aproveitava este jogo para abrir os cordões à bolsa e tirar da cartola um craque. Longe vão esses tempos.

Nos dias que correm, para além de não haver liquidez, o Clube (ou devo chamar-lhe com propriedade, diga-se, a SAD) debate-se com o eterno pesadelo das pré-épocas. Com o mercado aberto, há os que querem sair para ganhar mais dinheiro (que não mais títulos), há os que acham que tem um valor galático e "merecem"  ir para ligas mais competitivas e há os que não valendo grande coisa oneram a folha de salários de forma inacreditável, fruto, hoje em dia, da "visão" comissionista de algum marmelo da administração da SAD. Há pois, a necessidade de, por um lado fazer dinheiro com uma ou duas transferências, e por outro libertar um ou dois (ou mais) pesos mortos, sempre tentando manter a equipa equilibrada e competitiva.

Para além disso, o mercado está meio estagnado, à espera do prazo limite de inscrições para que alguns tubarões comprem a preço de saldo aquilo que as cláusulas de rescisão impedem, jogando com a tal necessidade de dinheiro por parte de clubes como o FCPorto...

Eu detesto esta época no futebol. A incerteza é enorme (alguém podia ter a iniciativa de propor baixar as datas das inscrições, evitando esta angústia aos adeptos e a alguns clubes) e os plantéis nunca estão fechados...

Para além disso, no FCPorto há os jogadores internacionais:  com os Jogos Olímpicos, alguns dos atletas (Hulk, Danilo e Sandro) mantêm-se naquela competição e fora dos treinos. Já se sabe que para além desta competição, logo a seguir estão convocados para aqueles joguinhos particulares de selecção, em que as federações mamam e os clubes pagam. No FCPorto, para além destes, temos a notícia da convocatória dos colombianos e nem sei se fica por aqui... Ou seja, é quase impossível ter uma equipa firme e minimamente rotinada e preparada para o início do campeonato. Uma trampa, portanto.

Mas, olhando para o que a casa tem à disposição neste momento, estou a começar a ficar farto disto:

• ITURBE: vale ou não vale? Será que a novela se vai arrastar mais uma época?
• ÁLVARO PEREIRA: que trampa é esta? Sai ou não sai? Porque não pode jogar sequer?

Por outro lado, aqueles defesas laterais dão-me um desconforto muito grande para a próxima época. Os que fazem a posição nos jogos-treino não valem a ponta de um corno!

Dos avançados, a girafa colombiana, sinceramente ainda não me convenceu (nem marcou qualquer golo) e os outros, o Kleber continua imberbe e sem categoria para o nosso emblema, e o austríaco está a jogar na enfermaria. Uma nulidade, portanto, à semelhança da pretérita época.

No meio campo, com mais ou menos Moutinho, Fernando, Lucho e o belga Defour a coisa pode compor-se...

Os outros da frente, James está a fazer um pré-época dececpionante, e há aqueles moços que estavam a estagiar no Rio Ave, completamente puros mas imberbes (e deixem que lhes diga, com este matreco de Espinho, não passarão a diamantes...). 

Concluindo, não estou nada satisfeito: o jogo de apresentação de hoje foi, penso, um dos piores que tenho memória em mais de 30 anos de sócio. Uma miséria. Lembram-se de quantas oportunidades de golo? Pois é, o futebol são golos e hoje foi uma miséria total... E depois sem garra, táctica e sem alegria. Que miserável jogo!

Alarmismos, pessimismos e derrotismos? Ainda é cedo, mas a coisa fede. Aguardemos.