As frases de Ricardo Salgado
Elogios ao TGV. Críticas aos portugueses que “preferem estar no subsídio de desemprego”. A defesa da inocência no caso Monte Branco, os “erros” e as guerras no interior do BES.
24-07-2014 13:40 por Carolina Rico
Chocou-se por ver a sua declaração de rendimentos nos jornais, estilhaços da operação Monte Branco. Dizia que não queria ver o seu BES nacionalizado de novo. Criticou a "troika", mas também os grevistas. Disse, em 2013, que “os banqueiros vão passar um Natal complicado”.
Ricardo Salgado – um dos homens mais poderosos do país, ao ponto de ser conhecido como o "Dono Disto Tudo" – falou sobre quase todos os temas da vida pública portuguesa dos últimos anos. Foi detido esta quinta-feira no âmbito da "Operação Monte Branco".
Sobre a Operação Monte Branco:
"Eu não tenho nenhum processo. (...) Não tenho nenhuma investigação. Nenhuma. Fico banzo." ("Jornal de Negócios", 2014)
"Nunca fugi aos impostos, nem sou suspeito disso ou de qualquer outra coisa." ("Jornal de Negócios", 2012).
"É extraordinário ver a minha declaração de rendimentos nos jornais." ("Jornal de Negócios", 2013).
Sobre o BES:
"Sabe quantos anos eu vou fazer no dia 25 de Junho? 70, exactamente. Portanto, esta casa [BES] vai precisar de uma equipa inteligente, vigorosa, enérgica para seguir em frente dentro daquilo que é a união bancária europeia." (Dinheiro Vivo, Maio de 2014).
"Já fomos nacionalizados uma vez, em 1975, e não queremos ser outra vez." (apresentação das contas do BES, 2014)
"Ricardo Abecassis é um excelente banqueiro e está a fazer um óptimo trabalho no seu lugar. Este período no Brasil é de férias entre o Natal e o Carnaval e ele está um bocadinho distraído." (Questionado pelos jornalistas sobre a disponibilidade anunciada por Ricardo Abecassis para liderar o BES, 2014)
"Todos nós cometemos erros e eu assumo que o grupo cometeu erros, mas erros provocados pela nossa estrutura e organização no topo, à qual deveríamos ter prestado mais atenção. ("Jornal de Negócios", 2014)
"O Zé Maria [Ricciardi, o primo que o desafiou] está sempre razoável, está sempre na sua, no banco de investimento. (...) Acho que as pessoas têm o direito a ter ambições. É normal que essas ambições se manifestem". (Dinheiro Vivo, 2014)
Sobre a crise:
"Nunca vi uma crise tão profunda, tão grande, tão destruidora de empregos e de riqueza. (...) Não há absolutamente nada garantido." (Dinheiro Vivo, 2013)
"É notável a descoordenação existente dentro da 'troika'. E surpreendente." (2012)
"O Fundo Monetário Internacional não dá nada a ninguém, nem ajuda ninguém." (2010).
"Há pessoas que querem trabalhar e pessoas que fazem greve e prejudicam a economia do país." ("Diário Económico", 2012)
"O Governo deve ser sensível, a situação de muitas famílias é dolorosa e extrema, sobretudo no caso em que marido e mulher perderam emprego. As pessoas têm direito de se manifestar." (2012)
"Por que raio é que as agências de 'rating' dizem que Grécia e Portugal são a mesma coisa?" ("Diário Económico", 2010)
"A austeridade é violenta e está a chegar ao limite." (Lusa, 2013)
"Os banqueiros vão passar um Natal complicado." (congresso da Associação Portuguesa para o desenvolvimento das Comunicações, 2013)
"Não sou eu que tenho que dizer se deve haver uma renegociação [das condições do empréstimo internacional a Portugal]. É um problema político e que têm que ser os políticos a resolver." (apresentação dos resultados do BES, 2012)
"Se continuarmos a trabalhar como estamos, acredito que poderemos ter acesso aos mercados internacionais de capitais em 2013." (2012)
Sobre outros temas:
"Se os portugueses não querem trabalhar e preferem estar no subsídio de desemprego, há imigrantes que trabalham, alegremente, na agricultura e esse é um factor positivo." (apresentação do Alqueva e das suas potencialidades a investidores estrangeiros, 2013)
"Tudo tem o seu preço, excepto a honra." (Diário de Notícias, 2010).
"Temos o ministro das Finanças mais rigoroso dos últimos anos. E pode pôr muitos anos nisso." (sobre Vítor Gaspar, em 2012)
"A comunicação social não pode ir nesta evolução apressada das privatizações." (Público, 2012)
"É fundamental o novo aeroporto e o TGV" (2009)
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