Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Da impunidade: os encornados


“Vieira pediu à PSP para facilitar com No Name” Luís Filipe Vieira garantiu ao Ministério Público nem sequer reconhecer os No Name Boys, acusando a polícia e a segurança privada por mau controlo de armas e material incendiário nos estádios – mas a PSP, num relatório a que o CM teve acesso, arrasa o presidente do Benfica. Pode ler-se que Vieira reúne com a claque para lhes dar todo o apoio, deixando entrar as tochas nas bancadas da Luz; despede o chefe de segurança do clube por ajudar a PSP a identificar os criminosos – e almoça com o comandante da polícia para lhe pedir que "facilite" na presença policial junto dos No Name Boys. Muitos deles entretanto presos por droga, armas, roubos, incêndios e espancamentos a adeptos rivais.




Os motivos para esta relação, segundo o relatório da PSP, são simples: a claque tem cerca de quatro mil elementos, grande parte deles sócios há muitos anos, logo, cada um com um número de votos superior ao normal. E votam sempre em bloco, tendo capacidade de aprovar ou não qualquer assunto em debate nas assembleias gerais (ver caixa). 

Diz a PSP que os No Name Boys nunca se quiseram legalizar como associação para não serem identificados. Mas a direcção do Benfica 'não cumpre a lei e cede bilhetes a preço reduzido e instalações' a um grupo que, nas últimas épocas, intensificou 'a violência sobre a polícia e adeptos rivais'. Além de deflagrarem as 'tochas, petardos, very-lights e potes de fumo nos estádios', 'incitam à violência com o lançamento de tochas, isqueiros e cadeiras' e 'vendem droga no decorrer dos jogos'. No final, seguem, espancam e roubam as pessoas. 

Foi por isso que a Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa avançou em Novembro do ano passado com 31 detenções. E obteve provas das ligações do presidente do Benfica à claque ilegal. Em 18 de Julho de 2008, reuniu com ‘Zé Gago’, dos No Name, 'oferecendo--lhes total apoio, afirmando que iria devolver a sede à claque, despedir o chefe de segurança Paulo Dias por ajudar a PSP e autorizar o uso de tochas dentro do estádio'. 

Vieira almoçou com Diamantino Gaspar, comandante da PSP de Benfica, e, segundo este, pediu-lhe para 'aliviar' a presença junto da claque. O objectivo seria fechar os olhos 'a artefactos pirotécnicos', proibidos por lei, 'para as pessoas verem o que é o inferno da Luz'. Estas informações estão na Comissão Disciplinar da Liga e, na pior das hipóteses, o Benfica arrisca suspensão da actividade desportiva. 

CHUMBARAM PRESIDENTE DA PT 
A PSP conclui, no relatório final da investigação aos No Name Boys, que a direcção do Benfica é refém da claque ilegal pela capacidade de votação em bloco – quatro mil elementos – nas assembleias. E deram uma demonstração de força quando vetaram a proposta de tornar Henrique Granadeiro, presidente da PT, sócio honorário do clube. 

'BRAÇO ARMADO DO BENFICA'
‘Zé Gago’ deu a conhecer à PSP a proximidade que a claque mantinha com Luís Filipe Vieira através de uma conversa ao telemóvel com o amigo Hugo Caturna, elemento 'extremamente violento' dos No Name Boys que nessa altura estava a ser alvo de escuta telefónica. 
Caturna é considerado um dos cabecilhas da claque ilegal, o mesmo que disse, em escuta, que 'os No Name Boys são o braço armado do Benfica'. Esteve no incêndio ao autocarro dos adeptos do FC Porto, em Junho passado, e no espancamento de um militar da GNR apenas porque usava um cachecol do clube do Norte. Depois incendiaram-lhe o carro com uma tocha. E no telefonema que a PSP apanhou ouviu ‘Zé Gago’ dar-lhe conta do que Luís Filipe Vieira lhes prometera: na época seguinte não haveria polícias no sector dos No Name. O presidente do Benfica, segundo ‘Zé Gago’, afirmou que ia 'tratar da polícia em três tempos'. Vieira anunciou ainda 'correr com Paulo Dias', o chefe de segurança que se dava 'com polícias' e que na época seguinte as tochas podiam entrar na Luz. Quanto à sede da claque, 'a casinha', ia-lhes ser restituída e o clube pagaria as obras necessárias. 

PONTOS DA INVESTIGAÇÃO 
A procuradora-geral-adjunta dirige o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, que através da Unidade Especial de Combate ao Crime Violento coordenou a investigação da PSP e já acusou os elementos da claque. Comanda a Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, responsável pela recolha de prova ao longo de mais de um ano sobre os vários crimes na claque do Benfica. O resultado final foram mais de trinta detenções. 

NOTAS 

VIOLENTOS: DOMICILIÁRIA 
O Tribunal de Instrução Criminal prendeu Guilherme Beon e Hugo Caturna, ambos por crimes violentos, mas a Relação decidiu entretanto alterar as medidas de coacção para domiciliária 

BENFICA: INCONTACTÁVEL 
O CM tentou ontem insistentemente contactar o presidente do Benfica, através do seu assessor, mas este manteve-se incontactável até à hora de fecho desta edição 

CRIMES: DIAP ACUSA 
Associação criminosa, tráfico de droga, ofensas à integridade física e incêndio são alguns dos crimes pelos quais o DIAP já acusou cerca de trinta elementos da claque No Name Boys 

7 PRESOS 
A PSP avançou em Novembro com a operação Fair-Play e deteve 31 elementos ligados à claque por vários crimes. Sete deles ficaram em prisão preventiva. PROTESTOS Enquanto os amigos eram presentes ao Tribunal de Instrução Criminal, dezenas de membros dos No Name protestavam à porta. Agrediram jornalistas.

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