Dir-me-ão que estou a ser demasiado ambicioso e até
irrealista com estas propostas, quando, afinal, eu próprio aventei acima que
dificilmente os principais partidos abdicarão do status quo, ao que acresce
termos uma sociedade civil anémica com pouca capacidade de pressionar o sistema
político. Mas tudo isto serve também outro propósito: evidenciar a distância entre
o discurso e a acção dos partidos políticos nos temas a que aludi e a nossa
incapacidade, enquanto sociedade civil, para fiscalizarmos e responsabilizarmos
o poder político e o pressionarmos no sentido de se proceder a reformas
realmente estruturais que aproveitem mais eficientemente os recursos naturais,
humanos e financeiros do país. Como escreveu Miguel Torga, “Somos, socialmente,
uma colectividade pacífica de revoltados.” Os partidos políticos agradecem.
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