Ainda antes da captura final da Grécia, os estrategistas alemães estavam estudando o último objectivo da limitada campanha dos Balcãs: a estratégica ilha de Creta, a 96 km ao sul do continente grego. A 25 de abril Hitler assinou sua 28ª diretiva de guerra, que dizia:
" Como base para guerra aérea contra a Grã-Bretanha no Mediterrâneo Oriental, temos de nos preparar para ocupar a ilha de Creta (Operação Mercúcio)...O Comando desta operação é confiado ao Comandante-Chefe da Luftwaffe, que empregará para esse fim, primeiramente, as forças aerotransportadas e as forças aéreas estacionadas na área do Mediterrâneo..." Ao contrário do que ocorria com outras nações, as tropas aerotransportadas alemãs eram parte integrante da força aérea, e não do exército. Daí a responsabilidade da Luftwaffe pelo ataque à Creta.
Para a invasão aerotransportada (Operação Merkur), comandada pelo general Kurt Student (1890-1978), reuniu -se uma força de 493 transportes Ju 52s, mais uns 100 planadores de assalto DFS 230, nos aeródromos dos arredores de Atenas. A tarefa de prestar o apoio aéreo necessário coube ao Fliegerkorps VIII, do General Freiherr von Richthofen, que compreendia 650 aparelhos assim distribuídos:
Bombardeiros de nível (Ju 88 e He 111)..............280
Bombardeiros de mergulho (Ju 87)......................150
Caças monomotores (Bf 109).............................90
Caças bimotores (Bf 110)...................................90
Reconhecedores (Do 17 e Hs 126)......................40
Os alemães só precisaram de quatro dias para eliminar a fraca oposição aérea britânica e, por volta de 18 de maio, a Luftwaffe controlava totalmente os céus de Creta. Agora os bombardeiros começavam as operações sistemáticas de "debilitação" das defesas terrestres. O assalto aerotransportado à Creta iniciu-se, de manhã bem cedo, no dia 20 de maio de 1941, precedido de uma hora de ataques aéreos intensos contra as defesas em torno das zonas de salto. A seguir vieram os transportes Ju 52s e as primeiras levas de pára-quedistas e planado-res desceram sobre Máleme, Canea, Rétimo e Heráklion. Em todos os casos, os desembarques foram sincroniza-dos com o fim dos bombardeios, para que as tropas ale-mãs pudessem aproveitar as recém-criadas crateras de bombas para proteção. Mas, a despeito de tudo isso, as tropas aerotransporta-das a princípio sofreram pesadas baixas e progrediram muito pouco. Só gradativamente, e com o apoio amplo das unidades aéreas disponíveis é que os alemães puderam arrancar as tropas britânicas, neozelandesas, australianas e gregas das suas posições.
Para os invasores, o momento decisivo ocorreu na tarde do dia 21, quando finalmente conseguiram tomar o aeródromo de Máleme. Muito embora a pista ainda estivesse sob fogo de artilharia, dezenas de Ju 52s aterrisaram com novas tropas e suprimentos muito necessários. Entrementes, o Fliegerkorps VIII impedira efetivamente que os defensores recebessem quantidades necessárias de suprimentos. As coisas pioraram para as forças Aliadas, e a 28 de maio a Marinha Real começou a evacuar os homens da ilha.
Durante a batalha terrestre pela tomada de Creta, a Mari-nha Britânica, desafiando a ameaça dos bombardeiros de mergulho, conseguiu repelir quase todas as tentativas ale mãs de desembarcar tropas na ilha pelo mar. Mas a for- ça de von Richthofen reagiu violentamente e, nas bata-lhas aeronavais que se seguiram, afundou dois cruzado-res e quatro destróires e danificou um porta-aviões, três couraçados e um destroier. Agora a preocupação era im pedir a retirada dos britânicos e, ao custo de um cruza-dor e dois destróires afundados e de três destróires avari-ados, os navios britânicos retiraram 16.000 homens da ilha, antes que os restantes fossem obrigados a render-se, em 1º de junho.
As tropas aerotransportadas alemãs também sofreram sérias baixas. Dos 13.000 pára-quedistas empenhados cerca de 4.500 foram mortos ou considerados desaparecidos. No decorrer da ação, 272 dos aviões de trans-porte foram destruídos ou seriamente danificados - mais da metade da força .
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