
Em Portugal apenas 26,2% da população fez o ensino secundário completo. No resto da UE a percentagem sobe para 66%. Assim sendo, não se percebe como é que Portugal pode ter uma taxa de desemprego entre esta população, nomeadamente entre pessoas com curso superior, tão próxima do resto da Europa. Será que só Portugal é que não precisa de gente qualificada para trabalhar?
Só em Portugal se fala à boca cheia de um tal de choque tecnológico. Na UE, sem que os respectivos países o apregoem, 53% dos lares possuem ligação à Internet. Em Portugal, isso acontece em apenas 31% das casas. No entanto, o governo agora quer obrigar a pagar o selo do carro via Internet. Como é que 69% das famílias o vão fazer? Isso, por cá, pouco interessa. Eles que se desenrasquem!
Se calhar até se encontra neste parágrafo a explicação para a questão do parágrafo anterior: na UE apenas 4,4% das famílias não têm dinheiro para comprar um carro. Em Portugal são 20,2% as famílias que não o podem fazer. Se assim é, também não precisam de pagar o tal selo. Problema resolvido.
Apesar da apregoada insustentabilidade do sistema, Portugal gasta menos em protecção social em geral e, especificamente, em pensões do que o resto da Europa, apesar da longa lista de pensões milionárias que por cá existem. Parece que só não há sustentabilidade para as pensões miseráveis. E, por falar nisso, Portugal é só o país da UE dos 15 onde a desigualdade de rendimentos é maior (fenómeno típico dos países terceiro-mundistas). É, também, um país onde o risco persistente de pobreza representa quase o dobro da média europeia (15% contra 9%).
Na UE, 11,9% das pessoas têm formação contínua ao longo da vida. Em Portugal, 4,6%. A ignorância e a desqualificação profissional dão um certo jeito aos oligarcas que dominam o país. Daí que o 9º ano esteja em saldos, sendo oferecido, administrativamente, a todo e qualquer aluno que não saiba ler nem escrever. Sempre melhora as terríveis estatísticas e convence as pessoas de que têm filhos inteligentes.
Segundo números de 2004, o rendimento médio (líquido) dos trabalhadores portugueses era de 1 394 euros. Na cauda da Europa dos 15, claro! Bem longe, por exemplo, dos 4 312 euros da Suécia (ainda por cima, número de 2003), dos 4 186 da Dinamarca, dos 3 910 euros da Bélgica, dos 3 848 do Reino Unido, dos 3 828 da Holanda, etc., etc., etc. Mesmo os mais pobrezinhos estão bem acima deste mísero país: 1 984 euros na Grécia (em 2003!), 2 081 euros em Espanha ou 2 904 na Itália (número de 2002!). Ou seja, em 2005/06, Portugal é o único país dos 15 que não só não ultrapassou a barreira dos 2 000 euros, como ainda está muito longe de o fazer. E estamos na UE há 20 anos e, quando lá entrámos, estávamos acima dos níveis de Espanha!!! Mesmo entre os 10 pobrezinhos que entraram agora para a União, o Chipre e a Eslovénia já estão bem acima de Portugal e Malta já está ao mesmo nível. Quer se goste da conclusão, quer não, má sorte a nossa não sermos, ao menos, província espanhola. E a nossa vergonha tem duas faces: PS e PSD (e todos aqueles – a maioria – que neles religiosamente votam).
(*)copy+paste do Bananas da República
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