Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Os frutos da fanfarronice (*)


(*) opinião de José António Lima, in A Bola, rubrica Canto Directo
Tem sido uma constante, no Benfica dos últimos anos, este estilo de discurso fantasioso, megalómano e desfasado no tempo dos seus presidentes: de Vale e Azevedo a Luís Filipe Vieira.
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o Benfica nada ganhou ... ou, para ser mais exacto, tudo perdeu. Perdeu o Campeonato que havia conquistado há um ano (ganho por Trapattoni em condições verdadeiramente irrepetíveis, sublinhe-se, com menos pontos até do queKoeman somou este ano, a confirmar que esse título foi quase um acidente na apagada carreira competitiva do Benfica ao longo da última década). Perdeu a Taça de Portugal, sendo eliminado na Luz por uma equipa que acabaria por descer à II Divisão. Perdeu, finalmente, o 2.º lugar e o correspondente acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões.
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e que acabaram por se saldar, feitas as contas finais, no falhanço de todos os objectivos desportivos, máximos e mínimos, que a equipa estabelecera para a presente época.
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A começar pelo sacrifício do treinador contratado para duas ou três épocas e que, invariavelmente, não chega ao fim do contrato. Apesar dos elogios desmedidos e das promessas mirabolantes com que esse mesmo treinador foi apresentado, ainda há meses, por esses mesmos dirigentes. Saliente-se, a este propósito, que tem sido uma constante, no Benfica dos últimos anos, o estilo de discurso fanfarrão e megalómano dos seus presidentes. De Vale e Azevedo a Luís Filipe Vieira (com o pequeno intervalo deManuel Vilarinho), a linguagem e o estilo pouco mudaram. As promessas em série, de milagres de gestão e êxitos sem fim que ficam por cumprir; a criação de expectativas, desde contratações de grandes vedetas a resultados irrealistas, depois defraudadas; a venda de sonhos e ilusões de grandeza à imagem de um passado já longínquo – tem sido esta a tónica da oratória dos principais responsáveis benfiquistas ao longo dos últimos anos. Luís FilipeVieira (coadjuvado e potenciado por José Veiga, um dragão de ouro, como recordava há dias uma dirigente benfiquista, e responsável máximo da SAD que não chegou a tomar posse oficial do lugar em resultado de problemas com o fisco) levou este discurso grandiloquente e fanfarrão a ultrapassar os limites da racionalidade. Desde os 300 mil sócios prometidos para Outubro do ano passado aos craques internacionais que anunciou para os reforços de Janeiro (com os resultados que estão à vista). Ainda no início de Abril, há pouco mais de um mês, Vieira assegurava publicamente e comar sério que o Benfica iria revalidar o título nacional e chegar à final da Liga dos Campeões. Ainda esta semana, dizia que a Europa viu este ano um Benfica próximo da equipa dos tempos de Eusébio… As consequências e os riscos deste discurso fantasioso e desajustado das realidades, além das sucessivas desilusões e frustrações que provocam nos adeptos, são o seu confronto com os resultados efectivos. E com o incontornável saldo final da época futebolística.

O problema do Benfica, além de continuar a gastar bastante mais com o seu plantel de jogadores do que as receitas lhe permitiriam (tal como, aliás, acontece com o FCPorto e o Sporting) é que se deixou atrasar, relativamente aos seus rivais na última década, na profissionalização e credibilização da sua gestão. É, ainda, ter negligenciado a aposta na formação.

O que vale é José Veiga já ter prometido: «Garanto que vamos estar na Liga dos Campeões e com receita extra.» O terceiro lugar, afinal, até era, no fundo aquele que Veiga mais desejava: dá direito a receita extra.

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