Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Datas com História: 30 de Maio de 1431

Em Ruão, França, Joana d'Arc é queimada aos 19 anos por bruxaria.

Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc), nasceu em Domrémy, na região francesa do Barrois, em 6 de janeiro de 1412. Filha de camponeses, desde pequena distinguiu-se por sua índole piedosa e devota. Aos 13 anos, declarou que podia ouvir a voz de Deus, que a exortava a ser boa e a cumprir os deveres cristãos. A mesma voz ordenou-lhe depois que libertasse a cidade de Orléans do jugo inglês. Afirmou ainda ter visto o arcanjo são Miguel, além de santa Catarina e santa Margarida, cujas vozes ouvia.

Quando as lutas entre franceses e ingleses se aproximaram do Barrois, Joana d'Arc não retardou por mais tempo o cumprimento das ordens sobrenaturais. Partiu de sua aldeia e obteve de Robert de Baudricourt, capitão da guarnição de Vaucouleurs, uma escolta para guiá-la até Chinon, onde se achava o rei da França, Carlos VII, então escarnecido como "rei de Bourges" em alusão às reduzidas proporções de seus domínios. O país estava quase todo em mãos dos ingleses. Os borgonheses, seus aliados, com a cumplicidade de Isabel da Baviera, entregaram a nação ao domínio britânico, pelo Tratado de Troyes. Inspirada por extraordinário patriotismo, Joana comunicou ao rei a insólita missão que recebera de Deus. Nesse encontro, em março de 1428, assombrou a todos pela segurança com que se dirigiu ao rei, que lhe entregou o comando de um pequeno exército para socorrer Orléans, então sitiada pelos ingleses. No caminho, a atitude heróica da humilde camponesa atraiu adesões para as tropas que comandava.

Chegando a Orléans, Joana intimou o inimigo a render-se. O entusiasmo dos combatentes franceses, fortalecido pela estranha figura da aldeã-soldado, fez com que os ingleses levantassem o sítio da cidade. O feito glorioso de Joana d'Arc, pelo qual foi cognominada a Virgem de Orléans, aumentou seu prestígio, mesmo entre os soldados inimigos, e alimentou a crença em seu poder sobrenatural. A coragem da heroína realizou efetivamente o milagre de erguer o espírito abatido da França. Um sopro cívico perpassou pela nação. Joana d'Arc, porém, ambicionava nova missão: levar o rei Carlos VII para ser sagrado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa, o que ocorreu em 17 de julho de 1429. Na tentativa que se seguiu da retomada de Paris, a heroína foi ferida, o que contribuiu para aumentar o patriotismo de seus conterrâneos.

No ataque que empreendeu a Compiègne, em maio de 1430, Joana foi aprisionada pelos borgonheses. Em lugar de executá-la sumariamente, como poderiam ter feito, preferiram planejar uma forma de privá-la da auréola de santa por meio da condenação por um tribunal espiritual. No jogo de interesses políticos que envolveu sua figura de heroína, Joana d'Arc não encontrou apoio por parte do rei. Em junho, o bispo Pierre Cauchon surgiu no acampamento de João de Luxemburgo, onde se encontrava a prisioneira, e conseguiu que ela fosse vendida aos ingleses. Ambicioso, desejando obter o bispado de Rouen, então vago, Cauchon faria tudo para agradar aos donos do poder. Sem direito a defensor, confinada numa prisão laica e guardada por carcereiros ingleses, Joana d'Arc foi submetida por Cauchon a um processo por heresia, mas enfrentou os juízes com grande serenidade, como revela o texto do processo.

Para transformar a pena de morte em prisão perpétua, assinou uma abjuração em que prometia, entre outras coisas, não mais vestir roupas masculinas, como forma de demonstrar sua subordinação à igreja. Dias depois, por vontade própria ou por imposição dos carcereiros ingleses, voltou a envergar roupas masculinas. Condenada à fogueira por heresia, foi supliciada publicamente na praça do Mercado Vermelho, em Rouen, em 30 de maio de 1431. Milhares de pessoas estavam na praça da cidade de Ruão para vê-la morrer. Viram a donzela de Orléans enfrentar a morte com grande coragem, olhando para o céu. Homens choravam ante essa visão terrível.

Um ou dois soldados ingleses tentaram rir. Mas um nobre inglês aterrorizado virou-se e gritou: "Estamos perdidos; queimamos uma santa". O insulto final da Inglaterra foi a recusa de enterrar suas cinzas, que foram jogadas no rio Sena. Seu sacrifício despertou novas energias no povo francês, que finalmente expulsou os ingleses de Calais. A obstinada mãe de Joana e o rei Carlos VII insistiram em que o caso fosse submetido ao papa, que ordenou um novo julgamento, aberto em Paris 24 anos depois da morte de Joana.

Em 1456, ela foi decretada inocente pelo papa Calisto III. Em 1909, foi beatificada pelo papa Pio X. Na Igreja Católica, a beatificação é o primeiro passo para a canonização. Em 1920, o papa Bento XV canonizou-a oficialmente. O dia de sua morte é celebrado em toda a França, fixada no Domingo seguinte ao dia 8 de maio, dia do aniversário da libertação de Orléans.

A Figura de Joana d'Arc ainda constitui um símbolo de luta pela liberdade, tendo inspirado muitas obras, como o poema de Christine de Pisan (Balada de Joana d'Arc, 1429), a trilogia dramática Joana d'Arc, de Charles Péguy (1897) e Joana na fogueira, oratório de P. Claudel, música de A. Honegger (1937). Sua história inspirou várias óperas filmes e peças teatrais muito importantes em todo o mundo.

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