A pobreza no Porto "continua ainda muito encoberta. Os números variam de estudo para estudo, mas alguns podem ser ilustrativos da realidade", referiu ontem, ao JN, o presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) do Porto, Lino Maia.
Deu como exemplo o índice de 13% de desemprego no distrito, quando no país se fica pelos 8%; apontou também as cerca de 20 mil pessoas que vivem em bairros sociais, os milhares que recebem o Rendimento Social de Inserção (RSI) e os cerca de "quatro a cinco mil acamados, doentes ou idosos, de que nunca ninguém fala".
Os números podem não ser exactos, mas tome-se como ponto de partida uma única instituição de solidariedade da cidade do Porto, Coração da Cidade, que nesta altura do ano tem as contas "na ponta do lápis, por falta de dádivas das empresas, em contraponto com o que acontece no Natal", disse a presidente da associação, La Salette Piedade.
A associação dá apoio a 500 agregados familiares. "São essencialmente da classe média, com casa, e com filhos a estudar, que ficaram desempregados. As contas acumulam-se e deixa de haver dinheiro, mesmo para a alimentação. Nessa altura pedem ajuda", explicou.
O apoio é dado em forma de programa com duração de um ano. Os adultos fazem serviço de voluntariado ou serviço cívico, e "é dada a cada família, de acordo com as necessidades, uma caderneta, com cerca de 250 euros mensais, que lhes permite fazer compras no supermercado da associação", disse La Salette Piedade.
Além das famílias, o Coração da Cidade ajuda no próprio domicílio, em freguesias próximas da sua sede. "Actualmente, temos cerca de 45 domicílios, são essencialmente idosos ou doentes, que não se podem deslocar à associação, são normalmente duas pessoas por agregado, mas com muitas necessidades".
O Coração da Cidade serve ainda cerca de 300 refeições por dia aos sem-abrigo. Número a que se pode, somar muitos mais que procuram apoios noutras instituições, como AMI, o Banco Alimentar, a Sopa dos Pobres, entre outras.
O presidente da UDIPSS vai mais longe no apontar do dedo, afirmando que no Porto "não existe uma visão humanitária, mas sim securitária". Fala ainda "no estigma que muitos dos jovens que vivem nos bairros sociais sentem ao tentarem encontrar emprego. Não conseguem e inscrevem-se para receber o RSI, tal como os pais". Virgínia Alves , in Jornal de Notícias
Deu como exemplo o índice de 13% de desemprego no distrito, quando no país se fica pelos 8%; apontou também as cerca de 20 mil pessoas que vivem em bairros sociais, os milhares que recebem o Rendimento Social de Inserção (RSI) e os cerca de "quatro a cinco mil acamados, doentes ou idosos, de que nunca ninguém fala".
Os números podem não ser exactos, mas tome-se como ponto de partida uma única instituição de solidariedade da cidade do Porto, Coração da Cidade, que nesta altura do ano tem as contas "na ponta do lápis, por falta de dádivas das empresas, em contraponto com o que acontece no Natal", disse a presidente da associação, La Salette Piedade.
A associação dá apoio a 500 agregados familiares. "São essencialmente da classe média, com casa, e com filhos a estudar, que ficaram desempregados. As contas acumulam-se e deixa de haver dinheiro, mesmo para a alimentação. Nessa altura pedem ajuda", explicou.
O apoio é dado em forma de programa com duração de um ano. Os adultos fazem serviço de voluntariado ou serviço cívico, e "é dada a cada família, de acordo com as necessidades, uma caderneta, com cerca de 250 euros mensais, que lhes permite fazer compras no supermercado da associação", disse La Salette Piedade.
Além das famílias, o Coração da Cidade ajuda no próprio domicílio, em freguesias próximas da sua sede. "Actualmente, temos cerca de 45 domicílios, são essencialmente idosos ou doentes, que não se podem deslocar à associação, são normalmente duas pessoas por agregado, mas com muitas necessidades".
O Coração da Cidade serve ainda cerca de 300 refeições por dia aos sem-abrigo. Número a que se pode, somar muitos mais que procuram apoios noutras instituições, como AMI, o Banco Alimentar, a Sopa dos Pobres, entre outras.
O presidente da UDIPSS vai mais longe no apontar do dedo, afirmando que no Porto "não existe uma visão humanitária, mas sim securitária". Fala ainda "no estigma que muitos dos jovens que vivem nos bairros sociais sentem ao tentarem encontrar emprego. Não conseguem e inscrevem-se para receber o RSI, tal como os pais". Virgínia Alves , in Jornal de Notícias