A vida é tão breve, amigo
e o amor exige tanto!
quer as lentas horas de sonhar
e o silêncio em que crescem as flores.
o amor exige silêncios de contemplar a própria alma
em busca do alento que desfez
o casulo onde dormia.
A vida é tão breve, amigo
e dormimos inocentes, do amor perdidos
em outros caminhos,
de sombra ou da tensa luminosidade
dos dias vazios.
O amor nos quer garimpeiros do seu esplendor,
quer a dor e do corpo,
a liturgia.
A vida é breve, amigo...
não me deixe só,
neste engano em que pensei viver
enquanto, de saudades, morria.
Imagem: Paddy Quinn