O Diplomata fechou para obras e reabriu há um mês na baixa portuense. Mais charmoso, com mais panquecas e com muita poesia.
Há dois anos, este café histórico na Baixa do Porto Rua José Falcão, 32, Porto, onde nos anos 1960 e 1970 se reuniam escritores em animadas tertúlias, passou para as mãos de Inês Gomes e Ângelo Oliveira. O sítio foi completamente renovado pela dupla. «Vivíamos em França e queríamos voltar para cá. Achámos que este espaço era ideal para o que queríamos fazer», conta Inês.
As panquecas, as bebidas de café e os cocktails foram as primeiras apostas. Agora, o Diplomata voltou a renovar-se. Tem ainda mais panquecas e aumentou o seu serviço de cafetaria. Os cocktails saíram do cardápio – «não tinham muita saída» e a vertente do Diplomata como espaço para pequenos-almoços, refeições leves e lanches saiu reforçada.
Esteticamente, ficou mais charmoso, inspirando-se na herança deixada pelos poetas que lá faziam as suas tertúlias. É possível ler, tanto na montra como em vários outros sítios do café, versos de alguns desses escritores (resgatados do livro Os poetas do café, edição raríssima de 1981 que reúne poemas de autores que frequentavam o Diplomata, como Amadeu Baptista, Eduarda Chiote, Egito Gonçalves, Helga Moreira, Jorge Sousa Braga, entre outros).
Pormenores como uma máquina de escrever, um telefone antigo ou mesmo o estilo de letra utilizado ajudam a criar o ambiente.
A especialidade da casa – as panquecas – saiu reforçada com mais variedade, tanto no tipo de massa como do acompanhamento. A massa pode ser simples, de chocolate, aveia, mirtilo ou vegana. De cobertura, há chocolate quente, manteiga de amendoim, compotas, chantilly, entre outras. Ainda se podem escolher frutas, diversos sabores de gelados (todos artesanais) e crocantes. O menu de almoço custa 4 euros e é composto por sopa, meia tosta ou salada e uma bebida.
Curiosidade avulsa: no Diplomata não há wi-fi. Inês quer que os clientes socializem sem tecnologia. Tal como acontecia no tempo das tertúlias. [daqui]
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