Simbolicamente, vou associar-me a este dia! A poesia prolifera por esta blogosfera, uma mais bem construída que outra, mas toda ela saída da imaginação e do coração.
Mas, o que é ser poeta? Como eu não sei, recorri a uma poetisa:
Mas, o que é ser poeta? Como eu não sei, recorri a uma poetisa:
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs, de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
(Florbela Espanca)
Mas, há também gentes desconhecidas, muitas em muitos blogs que visito, gentes que nada pedem em troca, apenas dão parte de si.
Neste dia, não vou escolher ninguém em particular, porque isso seria ir fazer uma apreciação e um julgamento para os quais não tenho qualquer competência...
Assim, vou buscar a poesia de uma professora de Aveiro, que não sei se é magra ou gorda e que descobri aqui na Net, por um acaso, e cujos versos captaram a minha atenção. Por isso, sem pedir licença (e não saberia como...), aqui transcrevo "Sempre", porque ... gostei!
Como se os nossos corpos
rebolassem
num colchão de palavras,
nadei nos conceitos
que me sussurraste
ao ouvido,
nas frases soltas
que tomaram forma
afirmativa
do meu e do teu ser!
Gemi as exclamativas
frases que me arrancaste
do fundo do peito...
Amei-te num futuro
mais-que-perfeito!
Bani dos meus horizontes !
o modo condicional
do verbo sentir
e usei o gerundio
do gosto de sorrir...
Num complemento circunstâncial
de modo...
Amei-te!
No circunstâncial de lugar
fiquei à espera
que o circunstâncial de tempo
fosse um segundo...
do tamanho do mundo!
Antes do amo coloquei
um pronome pessoal
e a seguir um reflexo
e vi que tinha nexo
o que acabei
de te dizer!·
Munist! e-te então
do campo lexical
de tempo...
Sob a forma
determinante
da interrogativa
e surgiu o quando?
logo seguido da verbalização
angustiada
do amanhã?
Apenas te respondi
no modo docemente
circunstancial
com a única temporal
que eu senti:
Sempre!
(Cristina Fidalgo)
1 comentários:
E Luís Represas, cantando a poesia de Florbela Espanca?
É ouro sobre escarlate ...
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