
O Irão é um país democrático, dizem. E viu-se um líder religioso, Ahmad Khatami, na habitual oração das sextas-feiras, a explicar a política nuclear do governo, mostrando saber muito e ter grande autoridade a esse respeito. Tanto como o próprio governo. A única diferença é que este líder religioso não foi eleito por ninguém. Mas parece mandar tanto como o Primeiro-Ministro, nessa tal democracia iraniana.
Eu fiquei admirado com o facto de não deixarem as mulheres manifestarem-se, uma vez que, há muito pouco tempo, as mulheres iranianas (embora talvez não as mesmas) participaram com grande liberdade em violentíssimas manifestações anti-ocidentais, ao lado dos seus "bravos" homens. O que vale é que nós, ignorantes, temos o Freitas do Amaral para nos explicar tudo aquilo que não percebemos. Hoje, este douto ministro explicou a todos os ignorantes o que quer dizer a palavra “compreender”. Supõe-se que compreenda também porque é que as mulheres iranianas só podem participar nas manifestações que convêm aos ayatolas.
Vou então esperar que no-lo explique. Até lá, e a nível interno, o que há a ressaltar é o facto de se ver que Freitas mostra já que anda a aprender bem e depressa com Sócrates: quem critica e manifesta opinião contrária é ignorante. Mas nem será difícil perceber a simpatia governamental pelo Irão, na verdade. À arrogância do actual governo dava jeito uma pseudo-democracia à iraniana, para calar facilmente aqueles que têm opiniões contrárias. Também me sinto na obrigação, tal como Freitas, de instruir os ignorantes: aquilo a que chamam de democracia iraniana não é mais do que uma TEOCRACIA. Há que chamar os bois pelos nomes! Os bois e os seus estábulos também...
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