North Country – Terra Fria é um filme que relata a luta de uma mulher, Josey Aimes (Charlize Theron), contra o preconceito no acesso das mulheres a empregos masculinos e o abuso sexual no local de trabalho. Por tudo, a força do filme esgota-se no facto de ser uma história baseada em factos reais. A realização, a cargo de Niki Caro (realizadora de Whale Rider – A Domadora de Baleias) parece uma lição de leitura de escola primária, indica-nos o caminho e espera do espectador que saiba seguir o guião, sem pensar muito noutras consequências que não a igualdade, como princípio maior a alcançar, ainda que com prejuízo de tudo o resto. Daí a perspectiva moralista, tipicamente americana, que nos confronta com a separação da vida íntima/pessoal e o exercício de direitos. Se o filme se centrasse neste tema, o do acesso ao Direito em condições de igualdade, independentemente da vida pessoal do interveniente, era meritório mas nem por isso melhor. Mas o filme quer falar-nos de igualdade - e falha.
O problema do acesso ao trabalho, em condições de igualdade, não se percebe nem na consequência, que pode ser o abuso sexual ou a simples humilhação, nem na causa, isto é, nesta luta constante de integração feminina. O problema tem que se perceber no desempenho, ou seja, na menor capacidade de certos indivíduos em executar certas tarefas. Claro que esta visão, que não é consensual (nos dias que correm é até de um conservadorismo grosseiro), nem sequer é abordada no filme. Esta forma humana de se sobrepor à natureza (em certos desempenhos físicos, que não intelectuais e afirmando, desde já, que é inadmissível qualquer tipo de violência, sexual ou doutro tipo), nessa busca da igualdade, é um erro histórico. E como todos os erros históricos, sucumbirá.
Esto viene a ser una prueba, veremos qué resulta
Há 13 horas
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