Se eu fosse dirigente ou treinador do Sporting e achasse a expulsão do Caneira fundamental para o resultado da Taça, o alvo principal da minha revolta seria o jogador expulso. Olegário Benquerença podia ter cometido (não cometeu) a maior injustiça da História, mas, por maior que fosse a sua pré-determinação, não seria capaz de tanto sem a quota-parte do defesa. O episódio é semelhante ao primeiro dos dois vermelhos espirituosos que João Ferreira tirou do bolso há um ano, em Alvalade: caso McCarthy tivesse permitido, como qualquer “chaise longue”, que Rui Jorge se mantivesse sentado em cima dele – e não lhe teria caído nada por isso -, talvez houvesse outro campeão nacional neste momento. Ou seja, se Caneira andasse no futebol há uns anos e soubesse que para ver o segundo amarelo basta o primeiro, talvez tivesse evitado meter-se em espalhafatos. Como ele não sabe, convém ensiná-lo. Ser profissional também é sopesar os riscos.
Mas as intenções do Sporting não são pedagógicas nem pretendem prevenir futuros erros de dentro para fora. Suportado por uma permanente certeza absoluta nos juízos de intenção que faz, ao jeito do que sucedeu agora com a mão de Pepe, exige sempre tê-los resolvidos de fora para dentro. Ainda que seja um exagero e um abuso afiançar que a tradicional histeria sportinguista é calculada, os resultados deste condicionamento dos árbitros, para nos limitarmos apenas aos quatro anos que dura o esganiçado “sistema” do agora insensato Dias da Cunha, são mensuráveis: trinta e três penáltis no campeonato contra dezassete do FC Porto. Falta um para ser o dobro. Jogadores diferentes, mais dribladores, menos dribladores, treinadores diferentes, conclusão invariável: o Sporting embucha sempre muito mais grandes penalidades no decorrer da época do que qualquer outra equipa; em alguns anos, mesmo mais do que qualquer equipa na Europa.
Pensando bem no assunto, até é provável que tenha razão agora e que, por isso, não veja normalmente motivos para pedir cuidado aos seus Caneiras. Não devem ser os deste jogo com o FC Porto os critérios a que está habituado.
(*)JOSÉ MANUEL RIBEIRO
Mas as intenções do Sporting não são pedagógicas nem pretendem prevenir futuros erros de dentro para fora. Suportado por uma permanente certeza absoluta nos juízos de intenção que faz, ao jeito do que sucedeu agora com a mão de Pepe, exige sempre tê-los resolvidos de fora para dentro. Ainda que seja um exagero e um abuso afiançar que a tradicional histeria sportinguista é calculada, os resultados deste condicionamento dos árbitros, para nos limitarmos apenas aos quatro anos que dura o esganiçado “sistema” do agora insensato Dias da Cunha, são mensuráveis: trinta e três penáltis no campeonato contra dezassete do FC Porto. Falta um para ser o dobro. Jogadores diferentes, mais dribladores, menos dribladores, treinadores diferentes, conclusão invariável: o Sporting embucha sempre muito mais grandes penalidades no decorrer da época do que qualquer outra equipa; em alguns anos, mesmo mais do que qualquer equipa na Europa.
Pensando bem no assunto, até é provável que tenha razão agora e que, por isso, não veja normalmente motivos para pedir cuidado aos seus Caneiras. Não devem ser os deste jogo com o FC Porto os critérios a que está habituado.
(*)JOSÉ MANUEL RIBEIRO
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