Lágrimas e suspeitas
O Campeonato terminou com vários vencedores: o Sporting foi «campeão da injustiça», como o é sempre que não consegue ser campeão em campo; o Benfica foi «campeão da credibilidade», nas palavras do seu presidente; mas o FC Porto, se não se importam, foi o campeão de facto e de direito.
Por ter escrito aqui há semanas que o FC Porto tinha sido um campeão natural e de mérito incontestável para quem esteja de boa-fé, que, até sagrarse campeão, nada, nenhum ponto, ficou a dever a favores de arbitragem, tive de arrostar com uma catilinária de ofensas pessoais — umas públicas, outras privadas —, todas carregadas de ressentimento, de inveja, de imbecilidade. Houve até um anormal que me citou com uma frase que nunca disse, onde me teria considerado «filho dilecto da nação». Sei que haverá sempre gente desta, mas, apesar de tudo, não deixa de fazer impressão esta facilidade que o futebol tem de despertar o que há de pior em cada um.
...
Pelo que, tudo visto e contas feitas — afinal, como o devem ser —, penso que a eterna questão da justiça saiu resolvida, quer em cima quer embaixo, com toda a naturalidade e toda a lógica. Agora, o que há é corredores de fundo e estafetas, profissionais um ano inteiro e outros de breves aparições. Há jogadores que fazem um bom jogo e logo desatam a falar de alto, imaginando- se já a caminho do Real Madrid ou da Juventus. Há equipas que arrancam bem o Campeonato, sacam duas ou três vitórias de entrada, e logo anunciam que «este ano, só factores estranhos é que nos poderão impedir de atingir os nossos objectivos». E há, inevitavelmente, treinadores e dirigentes que ao primeiro erro de arbitragem de que se acham vítimas, logo saem emcampanha contra o «sistema» e, no domingo seguinte, quando lhes calha serem beneficiados, calam-se muito caladinhos, a ver se ninguém dá pela coisa. Mas, enfim, lá nos vamos habituando, ano após ano. São características nossas, já não há nada a fazer.
O Campeonato terminou com vários vencedores: o Sporting foi «campeão da injustiça», como o é sempre que não consegue ser campeão em campo; o Benfica foi «campeão da credibilidade», nas palavras do seu presidente; mas o FC Porto, se não se importam, foi o campeão de facto e de direito.
Por ter escrito aqui há semanas que o FC Porto tinha sido um campeão natural e de mérito incontestável para quem esteja de boa-fé, que, até sagrarse campeão, nada, nenhum ponto, ficou a dever a favores de arbitragem, tive de arrostar com uma catilinária de ofensas pessoais — umas públicas, outras privadas —, todas carregadas de ressentimento, de inveja, de imbecilidade. Houve até um anormal que me citou com uma frase que nunca disse, onde me teria considerado «filho dilecto da nação». Sei que haverá sempre gente desta, mas, apesar de tudo, não deixa de fazer impressão esta facilidade que o futebol tem de despertar o que há de pior em cada um.
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Pelo que, tudo visto e contas feitas — afinal, como o devem ser —, penso que a eterna questão da justiça saiu resolvida, quer em cima quer embaixo, com toda a naturalidade e toda a lógica. Agora, o que há é corredores de fundo e estafetas, profissionais um ano inteiro e outros de breves aparições. Há jogadores que fazem um bom jogo e logo desatam a falar de alto, imaginando- se já a caminho do Real Madrid ou da Juventus. Há equipas que arrancam bem o Campeonato, sacam duas ou três vitórias de entrada, e logo anunciam que «este ano, só factores estranhos é que nos poderão impedir de atingir os nossos objectivos». E há, inevitavelmente, treinadores e dirigentes que ao primeiro erro de arbitragem de que se acham vítimas, logo saem emcampanha contra o «sistema» e, no domingo seguinte, quando lhes calha serem beneficiados, calam-se muito caladinhos, a ver se ninguém dá pela coisa. Mas, enfim, lá nos vamos habituando, ano após ano. São características nossas, já não há nada a fazer.
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