Na madrugada de 26 de Abril de 1986, o reactor n°4 da central nuclear de Tchernobil explode. A cidade, situada a 150 km ao Norte de Kiev, transforma-se num santuário. O combustível nuclear vai arder durante mais de dez dias e expelir em todas as direcções milhões de radioelementos, equivalentes a pelo menos 100 bombas de Hiroshima. Num raio de centenas de quilómetros, os solos, a água, as florestas são envenenados. A vizinha Bielorrússia, a mais duramente afectada, recebe 70% das radiações. Com o reactor n°4, tudo explode. Até a própria vida das pessoas, que passa a ser dominada pelo medo. Nas suas bocas balbuciam-se palavras novas: bequereis, césio, radioactividade, que em russo se diz radiatsia...
20 anos depois, a verdade sobre as consequências da tragédia de Tchernobil, a mais grave da História do nuclear, ainda não está estabelecida. Sabe-se contudo que a catástrofe atingiu milhões de pessoas e representou um acontecimento à escala planetária, testemunha, ao mesmo tempo, do aventureirismo dos promotores do nuclear e da cobardia, do heroísmo, do sofrimento e da solidariedade do homem.
Tchernobil vai continuar a colocar a humanidade perante inúmeros problemas, entre os quais o mais importante é o que fazer para minorar o sofrimento das populações atingidas e para normalizar a vida nos territórios contaminados. A envergadura económica do problema está à altura da sua escala humana: dezenas de biliões de dólares já foram gastos, mas as despesas que estão para vir serão ainda muito mais importantes.
Para ver em RealPlayer uma reportagem da BBC World, clique aqui.
1 comentários:
Concerteza quererá dizer Chernobyl.
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