Filho de um escrivão público parisiense, inicia-se na filosofia ao travar contato com os intelectuais ingleses. Permaneceu na Inglaterra de 1726 a 1729, de onde traz as suas "Cartas Inglesas" (ou "Cartas Filosóficas"), Poeta épico ("A Henriquioda") e dramático (Aiziva; Afaomé; Merope), historiador ("Carlos XI!"; "O Século de Luis XV" e, sobretudo, o "Ensaio sobre os Costumes"), romancista (Zadig, "Cândido" etc.), consagra-se à luta filosófica apos instalar-se em sua propriedade, as "Délices", na Suíça, em 1755, e em Ferney, na fronteira franco-suiça, em 1760; é desta última época, a mais fecunda, que datam o "Tratado sobre a Tolerância" (1763), o "Dicionário Filosôfico" (1764), assim como os panfletos (ou "facécias") e a maior parte dos seus contos.
Quando Voltaire escreveu o Candide, em 1759, ele era o mais aplaudido autor vivo da Europa. Para evitar o cutelo dos censores ele simplesmente publicou o trabalho sob o pseudônimo de "Dr. Ralph" e negou qualquer responsabilidade sobre ele. Essa obra era uma crítica bem humorada das autoridades, da hipocrisia, da filosofia de base cristã, do Otimismo, em particular as idéias dos seguidores do filósofo Leibniz; são muitas histórias dentro uma história: enchentes, terremotos, enforcamentos, queima em fogueiras e violência sangrenta, e o autor pergunta pela existência de uma verdadeira felicidade.
Em relação ininterrupta com dezenas de correspondentes, tanto no estrangeiro quanto na França, Voltaire deixou a mais volumosa coletânea de cartas de toda a literatura francesa. A rigor, Voltaire não foi propriamente um filósofo. Detestava toda especulação abstrata e suas obras não contêm maior originalidade como reflexão analítica: limitam-se à exposição, à crítica ou à defesa do pensamento de outros. Faleceu aos 84 anos.
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