Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Mário Cesariny


Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de Agosto de 1923 — Lisboa, 26 de Novembro de 2006) foi um pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português.

Última entrevista
(...)
Ele chegou a bater-lhe à vossa frente?
Sim, mas gostava dela, à sua maneira. Tenho a impressão de
que a minha mãe casou com ele na mira de ir para Paris.

É verdade que o seu pai queria que fosse ourives?
Pois queria. Isso foi uma grande luta. Depois também não me
deixou seguir música. Quando fazia exercícios ao piano, ele ficava
doido. Tive de desistir.

Chegou a estudar com o Fernando Lopes-Graça…
O Graça dava-me lições de graça. O paizinho não pagava isso.

A relação com o seu pai era, portanto, complicada.
Era impossível. Tudo o que ele me propunha, eu não queria.

E com a sua mãe, como era?
A mãe foi uma santa. Devo-lhe tudo, protegeu-me sempre.

O Mário teve três irmãs.
A Henriette, a Carmo e a Luísa.

Além de ser o mais novo, era o único rapaz…
Era. E ainda por cima saí homossexual, imagine.

Acha que o seu pai soube?
A minha mãe protegeu-me sempre, nunca se falou nisso com o
meu pai. Mas acho que sabia. Uma vez mandou-me às p... e eu
não fiz nada.
Muitos anos depois, o meu cunhado mandou-me
a uma menina e eu portei-me bem, mas vim de lá com
uma dúvida horrível. Dei duas de seguida, sem prazer nenhum,
e pensei que talvez acontecesse o mesmo às pessoas que
iam comigo. (+) … »


Nos últimos anos de vida, desenvolveu uma frenética actividade de transformação e reabilitação ou "redenção" do real quotidiano, da qual nasceram muitas colagens com pinturas, objectos, instalações e outras fantasias materiais. "Gostava de ter daquelas mortes boas, em que uma pessoa se deita para dormir e nunca mais acorda", afirmou em "Autografia".


Raio de luz

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos
Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.


Em todas as ruas te encontro

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