Ficamos a saber da possibilidade de o Vaticano criar uma equipa de futebol.
Não sei se estão a ver a cena: a equipa do Vaticano a disputar uma partida de futebol algures por essa Europa, num desses palcos tipo Dragão, com o estádio a abarrotar de um público entusiasmado e professo, e com dezenas de câmaras de televisão espalhadas pelo recinto, em transmissão directa, tal qual uma daquelas inesquecíveis noites da Liga dos Campeões.
Eis que é anunciada a composição da equipa da Cidade-Estado, com todas as suas magníficas estrelas. Nas bancadas, as almas, agitam-se num frenesi, correspondido com um sinal da cruz, por parte dos seus ídolos.
Começa o jogo e, um enorme cartaz, empunhado por uma noviça, destacava-se da multidão: ¨Jesus, ama-me! Dá-me a tua camisola¨. Jesus, sai da baliza, despe a camisola e entrega-a à noviça prometendo, para mais tarde, dar-lhe o número do telemóvel, a fim de combinarem como satisfazer a primeira parte do pedido. O árbitor apita de imediato e corre na direcção de Jesus: Cartão amarelo! Este não protesta. Coloca-lhe a mão na testa e olhando para o céu, diz:
- Pai!, perdoa-lhe que não sabe o que faz. Veste nova camisola e volta para a baliza.
Depois, as peripécias normais de um jogo carregado de tensão. Ora Pedro ameaçava, os adversários, com o quinto dos infernos; ora Paulo, chamava o árbitro de Judas; ora André, ameaçava, o bandeirinha, de o fazer carregar a sua cruz. No final, o resultado era favorável à equipa divina. Golo solitário de Mateus que, anteriormente, havia admitido que o seu sonho era jogar no Gil Vicente.
Na ¨flash interview¨, logo após o apito final, perguntado sobre a sua excelente actuação, nessa noite, Jesus, muito calmo, responde:
- Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um buraco de agulha do que uma bola entrar na minha baliza.
Já o técnico, desmentia eventuais casos de doping na sua equipa, por as únicas medicações administradas aos seus pupilos, seriam ¨unguentos e água benta¨. Perguntado sobre o que tinha achado da equipa adversária, com um sorriso comedido, exclamou:
- Meu filho, nem a Senhora de Caravaggio os salvou.
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